Filme sobre mulheres no congo é atração no Vitória Cine Vídeo

dona darinha

Dona Darinha, 60 anos, é a única mulher mestre de banda de congo no Brasil. Ela será uma das personagens do curta "Mulheres do Congo"



Maria da Penha Teixeira, mais conhecida como dona Darinha, é a única mulher mestre de congo do Brasil. Pelo soar de seu apito que a banda Unidos de Boa Vista, de Roda D'Água, é regida há 30 carnavais. Com 60 anos de idade, nascida e criada em Cariacica,  Darinha dedica sua vida ao congo e revela que fará de tudo para manter a cultura de sua região viva. "Sou filha de congueiros. Tenho orgulho de dizer que nasci e me criei em Cariacica. Em 60 anos de idade nunca deixei de participar de sequer um Carnaval de Congo. Minha vida está enraizada nele,. Se o congo morrer, eu morro junto", afirma.

Inspiradas por histórias como a de Dona Darinha é que duas cineastas de Cariacica resolveram filmar o documentário "Mulheres do Congo", com incentivos da Lei João Bananeira. A obra foi selecionada para o 21º Festival de Vitória (Vitória Cine Vídeo) e será exibida neste sábado (13), às 17h, no Theatro Carlos Gomes, no Centro de Vitória.

O curta tem roteiro de Sandra Temistocla, estreante nas telonas, e direção de Sandy Vasconcellos, vencedora do Trófeu Marlin Azul com o filme "Você suportaria?". "A história do congo de Roda D'Água já foi bem contada em diversas obras, mas faltava alguém que mergulhasse no universo feminino que existe ali. São mulheres fortes, em sua maioria lavradoras, que tem um papel essencial dentro das festividades. É um retrato da mulher brasileira, que se desdobra em mil tarefas, sendo mãe, cuidando da casa e da família, trabalhando na lavoura e ainda lutando para manter viva a sua cultura", revela a diretora.

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Mulheres do Congo foi selecionado no Festival de Vitória e irá representar Cariacica em um dos maiores eventos de cinema do país



A ideia de fazer todo este registro veio de Sandra, que pôs tudo no papel e escreveu o roteiro. Trabalhando há 20 anos com a cultura no município, ela revela que sempre observou boas histórias da independência feminina e da força da mulher na zona rural. "Sou apaixonada por Cariacica. Temos atrativos tão incríveis aqui e pouca gente os conhece. Passei quatro anos em Portugal e foi lá, sentindo a saudade daqui, que percebi que poderia eu mesma registrar estas histórias. Será a primeira vez que participo do Festival de Vitória, já na minha primeira experiência audiovisual. Espero representar bem nossa cidade, uma vez que críticos de cinema de todo o país vão estar presentes", conta.

"Mulheres do Congo" faz parte da mostra Outros Olhares, sessão especial que dará destaque à diversidade da produção capixaba com exibição de documentários que retratam várias regiões do Espírito Santo. As produções ainda concorrem ao troféu Marlin - Júri Popular de melhor filme.

Serviço
Exibição do documentário "Mulheres do Congo", no 21º Festival de Vitória (Vitória Cine Vídeo)
Quando: sábado (13), às 17h – sessão única
Onde: Theatro Carlos Gomes, Centro – Vitória
Entrada Gratuita