Quadrilhas de São João, em Cariacica, longe do tradicional casamento na roça

Durante a festa, três grupos de quadrilha se apresentaram.FOTO: Semco / Claudio Postay

Cores, animação, irreverência, criatividade, brilho e beleza marcaram as apresentações de quadrilha, que animaram a festa de aniversário dos 123 anos de Cariacica. E para quem esperava aquele tradicional arrasta-pé com casamento na roça, os grupos surpreenderam pela criatividade que usaram para desenvolver os seus temas.

O Arraiá Gonzagão, do bairro Padre Gabriel, levou para o público a história do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. O Arraiá da Juventude, de Porto de Santana, preferiu trabalhar com as cores do arco-íris e o Santa Rosa, do bairro de mesmo nome, levou para perto da fogueira a magia contida nos contos infantis. O grande encontro foi na noite desta segunda-feira, dia de São João, padroeiro da cidade.

Quem viu aprovou. A moradora de Cariacica, Viviane Oliveira, foi uma delas. “As apresentações foram muito boas e bem organizadas. Os grupos se apresentaram com estilos diferentes, mas todos foram bonitos”, elogiou.

Confira como foi cada apresentação:

Gonzagão

O Arraiá Gonzagão apostou no charme da simplicidade, buscando vestir cada um dos 24 dançarinos de uma forma particular, sem padronização. O grupo trouxe para o público o casamento na roça e apostou na irreverência e no bom humor para conquistar aplausos.

Os homens apareceram de cabelo colorido. O noivo, inclusive, adotou a cor azul para conquistar a noiva Raiane Leite, de 13 anos. Ela gostou do resultado da apresentação. “Nosso objetivo era animar a galera e nós conseguimos”, disse.

Juventude

Na sequência, quem se apresentou foi o Arraiá da Juventude, com o tema “arco-íris”. “O pote de ouro é o Arraiá da Juventude, que veio mostrar um pouco do seu trabalho”, dizia o cantador. As músicas falavam de situações na natureza e na vida cotidiana que formavam o arco-íris como dias de chuva e os banhos de mangueira. Os dançarinos traziam lenços nas mãos para dar mais destaque aos movimentos.

As cores, os detalhes e adereços em brilho das roupas, a alegria e a simpatia dos dançarinos marcaram a apresentação. O vice-presidente do arraiá, Patrick Gama, observou que o público se empolgou bastante com o desempenho do grupo, principalmente pelo espetáculo visual formado. “As cores se misturaram no decorrer dos movimentos e formaram um verdadeiro arco-íris”, apontou.

Santa Rosa

 Os contos de fadas foram o tema do último grupo. No estilo caipira luxo, eles abusaram das cores verde, rosa, amarelo e laranja. Os 36 componentes do Arraiá Santa Rosa, que existe há nove anos, trabalharam a magia e a beleza dos contos que encantam as crianças em todos os momentos. Isto tudo através da delicadeza dos gestos e também do olhar encantador para o companheiro de dança.

A marcação da quadrilha ficou por conta de Fabrício do Nascimento, que explicou o que é o caipira luxo. “Nosso arraiá, além de ter um tema e o passo ser coreografado, ainda mantém traços da quadrilha caipira. Porém, preferimos usar trajes mais luxuosos, com muito brilho”, diferencia.

Casamento

Os dançarinos que representam o casal real do Santa Rosa são casados de verdade. A história de amor começou com um beijo que aconteceu no Arraiá do Pipoqueiro, em Porto de Santana, em 21 de julho de 2008. “Nós nos conhecemos na festa junina, começamos a namorar, casamos e temos uma filha”, conta a dona de casa Liliane Dias, 20 anos.

O marido, Diego Bezerra Tabach, 20, que é auxiliar de obras, afirma que tudo em sua vida mudou depois daquele arraiá. “Numa quadrilha, além de estar próximo da cultura, as pessoas podem se encontrar”, constata.

A filha do casal, Ana Júlia, que tem quatro anos, ficou durante toda a apresentação observando os pais se divertirem. O casal explica que de vez em quando leva a filha para os ensaios.

Informações à Imprensa:
Texto: Verônica Aguiar
Jornalista responsável: Marcelo Pereira