Seminário mostra que ferrovias são a solução para o Brasil
Por Marketing, postado em 11/06/2013
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Juninho defendeu decisões conjuntas sobre logística para desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Vitória.FOTO: Semco / Lucas Calazans
Planejamento em curto, médio e longo prazo. É assim que o Brasil enfrentará um grande problema, o de logística, que é um assunto pensado relativamente há pouco tempo no País. Atualmente, há uma crise no setor, o que emperra o escoamento da produção nacional e dificulta o desenvolvimento da economia como um todo.
Na manhã desta terça-feira (11), no Centro de Convenções de Vitória, o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), dr. Bernardo Figueiredo, foi o palestrante do evento em que apontou os maiores problemas logísticos do país. O principal deles, a inversão das matrizes de transporte de cargas.
Segundo dados apresentados por ele, cerca de 95% do transporte de cargas feito em terra, no Brasil, hoje é feito pelas rodovias. E pior, percorrendo grandes distâncias. Em contrapartida, a malha ferroviária funcional é de apenas 8 mil quilômetros, e atende setores específicos da economia, como minério de ferro e grãos, em algumas regiões. Para o especialista, esse cenário deveria ser invertido, já que as ferrovias são transportes mais baratos para grandes distâncias e o sistema rodoviário é imbatível em percursos curtos.
“Foram anos de negligência no investimento em infraestrutura. Isso já foi avaliado e o investimento chegou. Agora, enfrentamos outras dificuldades, mas um orçamento de R$ 2 bilhões por ano em 2003, para o Ministério dos Transportes, passou para 20 bolhões em 2013”, afirmou Figueiredo.
Eixo estratégico
O prefeito Geraldo Luzia Júnior, o Juninho, ressaltou a importância dos projetos da EPL para a Grande Vitória e, principalmente, para Cariacica. Juninho atrelou o desenvolvimento de cada cidade ao da região como um todo.
“É extremamente importante que estejamos alinhados com o crescimento da região metropolitana. O desenvolvimento da nossa cidade passa por este cenário. Soluções logísticas apontam a direção para onde vamos orientar nosso crescimento e, consequentemente, o desenvolvimento social que buscamos”, analisou o prefeito.
Juninho também divertiu os presentes ao brincar com o nome de uma das ferrovias que será implantada pelo plano do Governo Federal. A ferrovia Litorânea-Sul, que liga o Espírito Santo ao Rio, parte de Cariacica, mas durante a apresentação sempre foi dito que era de Vitória.
“De qual lugar de Cariacica que parte a estrada?” (risos), perguntou, e na sequência, ao ouvir a resposta do Figueiredo: “Ah, de Cariacica, agora está melhor”, brincou descontraindo a plateia.
Soluções em curto prazo
Para resolver os gargalos logísticos, segundo o presidente da EPL, será necessária a inversão das matrizes logísticas do Brasil. A implantação de ferrovias, porém, demanda um processo mais demorado e de alto valor de implantação.
A solução encontrada, para o País não parar, foi a revitalização da malha rodoviária. Assim, pretende-se sustentar o desenvolvimento enquanto os planos definitivos se estruturam. A duplicação de 7,5 mil quilômetros de rodovias, entre elas algumas que cortam Cariacica, como as BR-262 e BR-101, são obras estruturantes.
Soluções em médio prazo
Com planejamento mais elaborado, a ampliação e a modernização da malha ferroviária, dos portos, aeroportos e hidrovias do País são as soluções para fazer do transporte de cargas uma ferramenta que permita produtores e empresários brasileiros competirem em pé de igualdade com outros países do mundo.
As obras previstas elevarão, por exemplo, a extensão da malha ferroviária dos atuais 8 mil para 20 mil quilômetros nos próximos sete anos. A previsão é que, até o próximo mês de dezembro, sejam publicados os editais e licitadas as obras dos principais trechos ferroviários do plano.
O Espírito Santo será contemplado com a ferrovia Litorânea-Sul, que ligará inicialmente Cariacica ao Rio de Janeiro. No entanto, o governador do Estado, Renato Casagrande, já pediu que fosse incluída no projeto a extensão da linha até Linhares.
Portos são “cereja do bolo”
O engenheiro e superintendente da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), Eduardo Prata, apresentou no seminário os planos de investimento nos portos públicos do Estado. São R$ 500 milhões de investimento em dragagem, derrocagem e ampliação das instalações atuais, além do projeto para a implantação do Superporto de Águas Profundas. A instalação está em disputa para Praia Mole e Vila Velha, mas deve ficar na cidade da Região Metropolitana, segundo Prata.
Integrados a todo o processo de modernização logística do Estado, os portos são entrada e saída do sistema que tem potencial para crescer.
Informações Adicionais:
Texto: Marlon Marques
Jornalista responsável: Marcelo Pereira