Cuidados com a saúde: HPV e câncer de próstata podem ser prevenidos e tratados

A diversidade das doenças sexualmente transmissíveis preenche os consultórios urológicos.FOTO: Semco / Lucas Calazans

Um dos grandes desafios do urologista na atualidade é o combate às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). A diversidade das doenças que compõem esse grupo preenche os consultórios urológicos com situações peculiares relacionadas ao descuido e à falta de orientação das pessoas em geral.

O HPV (Vírus Papiloma Humano), por exemplo, é a doença sexualmente transmissível mais comum no mundo. Sua falta de sintomas e a promiscuidade associada à cultura masculina de desprezar a prevenção tem se mostrado fator crucial no aumento de seus índices.

Ter ou não um câncer pode ser uma questão de sorte ou azar, principalmente em relação ao vírus do HPV. Já o câncer de próstata é o sexto tipo mais comum no mundo e o de maior incidência nos homens.

HPV: será que foi traição?

No homem, o HPV manifesta-se por meio de uma verruga no órgão genital e não está comprovado que causa o câncer de pênis. O tratamento pode ser feito com medicação ou eletrocauterização. Já na mulher, a verruga apresenta-se na vulva, ou ainda no canal vaginal e pode causar o câncer de colo do útero.

O urologista Marco Antônio Comper de Souza, que atende na rede municipal de Cariacica, conta que os casais, quando chegam ao consultório, querem saber se foi ou não traição do parceiro que contraiu a doença. Ele explica que não tem como saber quem pegou de quem, porque o HPV pode se manifestar ou não. Assim, não é possível saber se foi contraído em uma relação sexual recente ou há anos.

Caso a parceira apresente uma verruga no canal vaginal, o parceiro, mesmo que não tenha sintomas, deve procurar o urologista para orientações.

No que se refere à relação homossexual masculina, o parceiro passivo tem mais chances de ter câncer de ânus. Porque na hora da relação, se o ativo tiver o HPV, ele vai para o ânus do passivo.

Para evitar a doença, existe uma vacina, que não é oferecida na rede pública de saúde, mas que é recomendada para pessoas que ainda não tiveram contato com esse vírus.

Câncer de próstata

De acordo com Souza, ainda existe muito preconceito em relação à avaliação da saúde do homem. Um exemplo é a resistência masculina em relação à necessidade de se fazer o exame preventivo ao câncer de próstata. Para ser eficiente, o procedimento precisa ser feito em duas etapas: o exame de sangue (Antígeno Prostático Específico: PSA) somado ao toque. Contudo, por preconceito, alguns deles pedem para fazer apenas o de sangue.

O problema é que o PSA é feito a partir de uma substância encontrada no sangue, que é produzida pela próstata. Quando a pessoa tem câncer, há uma maior quantidade dessa substância no sangue. Várias situações, contudo, podem elevar o PSA, como andar de bicicleta, namorar, ter relação sexual, andar de moto ou andar a cavalo, entre outras. E caso dê positivo, o diagnóstico tem que ser confirmado por meio da biópsia.

A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que esses exames sejam feitos entre 50 e 80 anos. Nos homens com parentes de primeiro grau com diagnóstico de câncer de próstata o rastreamento pode ser iniciado aos 45 anos. Porém, existe uma tendência a realização deste rastreamento a partir dos 40 anos.

O toque é um exame rápido, dura, em média, apenas 10 segundos, tempo suficiente para ajudar a diagnosticar um câncer que, atualmente, é o segundo mais comum entre os homens no Brasil. Souza explica que há pacientes que resistem ao exame. "Por preconceito, muitos pacientes não fazem o toque, que impede de descobrir rápido a doença. E, como na fase inicial a pessoa não sente nada, quando ela chega a sentir os sintomas, na grande maioria das vezes, é por que a doença já está avançada. E nesse caso, não há muito a fazer. Quando a doença é descoberta logo no início, é possível fazer o tratamento curativo, com cirurgia e/ou radioterapia. E quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de cura", enfatiza.

Unidades da rede municipal de saúde que têm urologista
- U.S. Alto Lage
Telefone: 3346-6557
Endereço: Rua Edmilson Varejão, 104.

- U.S. Bela Aurora
Telefone: 3369-8597 ou 3346-6561
Endereço: Rua da Vitória.

- U.S. Santa Fé
Telefone: 3346-6564
Endereço: Rua Albino Sena Dutra.

Informações Adicionais:
Texto: Verônica Aguiar
Jornalista responsável: Marcelo Pereira