Congo cariaciquense encanta o público na Expotur 2013

A banda São Sebastião de Taquaruçu empolgou os visitantes no pavilhão montado no último sábado.FOTO: Semco / Claudio Postay

Um olhar curioso, talvez de espanto no primeiro momento, mas que não desgruda de nenhum movimento. Os pezinhos batendo ao som dos tambores, a ansiedade pelo inédito. Assim estavam as crianças presentes na feira Expotur 2013, que reuniu o 9º Salão do Turismo e 4º Salão do Artesanato do Espírito Santo, na Praça do Papa, em Vitória, no último final de semana.

A batida cadenciada do congo de Cariacica já seria motivo para chamar a atenção dos pequenos, mas as cores e movimentos da dança e, principalmente, as máscaras e fantasias do personagem João Bananeira, não passaram despercebidas.

“Gosto mais das fantasias, nunca tinha visto isso. Achei muito bonito”, admirou Maria Laura, 5 anos. Com os olhinhos vidrados na banda, ela estava acompanhada por seu pai, Leonardo Gomes, que trabalha com cultura e acha que o caminho da educação para as crianças é mostrar visões diferentes e proporcionar experiências culturais.

“Todo mundo tem uma história para mostrar e se não a contarmos e mostrarmos para nossos filhos, essas tradições acabarão morrendo. Lá em casa, mostramos aos nossos filhos o quê de bonito tem no Espírito Santo”, disse.

Outro pai que esteve presente com seu filho, curtindo a festa de congo, foi o professor Osmar Domingos de Souza. Ele e o pequeno Osmar Domingos de Souza Júnior, de 2 anos, moram em Cariacica. “Sou de Cariacica e tento passar isso desde já para meu filho. Não tem idade para conhecer o congo. Aliás, tem que começar de cedo mesmo, porque, senão, amanhã, com oito, nove anos, não saberá dar valor a sua história. Se dermos uma direção para nossas crianças, elas terão mais chance de segui-la”, observou.

Raine Nascimento, estudante de artes na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), também levou o filho, Érick Nascimento. Mas ela é quem se tornou criança durante a apresentação. A estudante já conhecia o congo de máscara e foi até a feira para assistir à banda. “Isto é lindo demais! Chego até a arrepiar quando eles passam. Gosto de acompanhar as expressões culturais quando tenho oportunidade. Além de estudar artes, dou aula e sempre fui encantada pelas tradições locais”, contou, depois de abraçar, juntamente com Érick, o João Bananeira.

Entrada

A banda de congo de São Sebastião de Taquaruçu adentrou o pavilhão da feira, às 21h do último sábado (25), comandada por Mestre Olival Graça, em silêncio. Os congueiros posicionaram-se sob os flashes das câmeras, esperando o comando de seu mestre. Chocalho e buzina nas mãos, deram início à apresentação, preenchendo o ambiente com o som de Cariacica.

Aos 65 anos, o mestre pôde se orgulhar de mais uma apresentação de gala do congo cariaciquense, que encantou a todos. “Nossa vida é o congo, a forma que temos para homenagear a São Sebastião de Taquaruçu, de quem somos devotos. Uma mistura de religião e festa, alegria, dança, música, e cultura que nossos pais passaram para nós”, orgulhou-se.

Gostinho de quero mais

Não foi só o congo de Cariacica que se destacou na feira. Durante os três dias, estandes com peças de artesanato feitas de folha e palha de bananeira marcaram a identidade da cidade no evento.

Jonatas Cirilo Campos e sua esposa, Rosemeire Maria da Costa, por exemplo, saíram da Expotur com a missão de conhecer mais sobre o município. Morando no Espírito Santo há apenas um ano, os paulistanos só conheciam os pontos turísticos mais famosos da Grande Vitória, mas prometem explorar outros lugares.

“Não sabíamos que havia tanta beleza assim no Estado. Conhecíamos as praias e o Convento da Penha. Gostamos de lugares com natureza, verde, e vamos procurar visitá-los. Sem dúvida, Cariacica está nos planos”, afirmou Jonatas, depois de visita ao estande da Região Metropolitana, onde conheceu sobre a cidade.

Informações Adicionais:
Texto: Marlon Marques
Jornalista responsável: Marcelo Pereira