Município faz busca ativa de casos de hanseníase e verminose em estudantes

Manchas no corpo podem ser sinal de hanseníase: doença pode ser tratada e curada.FOTO:  Divulgação

Manchas no corpo podem ser sinal de hanseníase: doença pode ser tratada e curada.FOTO: Divulgação


Durante este mês de abril, o município intensificará as ações do projeto Saber Hanseníase, que consiste em uma parceria da secretaria de Saúde (Semus) com a secretaria de Educação (Seme).


Será realizada a busca ativa de casos de hanseníase entre estudantes da faixa etária de 5 a 14 anos, da rede pública de Ensino Fundamental. Também será feita a prevenção à verminose, incluindo a administração da dose única de Albendazol 400 mg para combater a infestação.


A doença


A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica e seu tratamento é de grande importância para a saúde pública, devido à sua magnitude e seu alto poder incapacitante, causado pelo Mycobacterium leprae. O bacilo é também chamado de bacilo da Hansen, e ataca a pele e nervos periféricos.


Podem-se considerar como suspeitos, casos em que as pessoas apresentem manchas esbranquiçadas, avermelhas ou amarronzadas, com perda ou alteração de sensibilidade, podendo ou não apresentar queda de pêlos nas sobrancelhas ou cílios.


Encontro


No município, a hanseníase foi tema, na sexta-feira (22), de um encontro que envolve os ex portadores e seus familiares. Trata-se do Encontro Estadual do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), que aconteceu no Hospital Pedro Fontes. Nele, foram apresentadas várias propostas, entre elas a de apoio à colônia do hospital (que abrigava pacientes isolados das famílias e lá permaneceram); de revitalização da área; e, ainda, de torná-la patrimônio histórico do município.


Estiveram presentes, além dos moradores da colônia do Hospital Pedro Fontes, e dos representantes do governo do Estado e da Morhan, os representantes da Secretaria de Saúde da prefeitura, o secretário da pasta Nilson Mesquita Filho, a gerente de Vigilância Epidemiológica, Denise Carramanhos, e a referência municipal em hanseníase, Aline Tatagiba.


Isolamento compulsório


O isolamento dos portadores de hanseníase fez parte da política do Estado no século passado e perdurou até 1986, quando os hospitais colônias foram transformados em hospitais gerais. Seguindo essa política, os portadores da doença ficavam isolados em leprosários, e os pais com hanseníase tinham que entregar seus filhos para adoção.


Dessa forma, muitas famílias foram separadas, e o encontro realizado em Cariacica, além de reunir familiares separados pelo isolamento, comportou a abordagem de temas como: o preconceito, a prevenção e o diagnóstico da doença.


Informações Adicionais:


Texto: Verônica Aguiar


Jornalista responsável: Evandro Costalonga