Aumentam casos de dengue após período de chuvas em janeiro

Focos de dengue precisam ser combatidos: casos aumentaram com as chuvas.FOTO: Semco / Lucas Calazans

A Vigilância Epidemiológica alerta para um súbito aumento nos casos suspeitos de dengue. Isso ocorre pela proliferação dos mosquitos, após período de chuvas nas últimas duas semanas.

No mês de janeiro, foram notificados 835 casos de dengue. A doença poderá ser confirmada, ou não, apenas depois da análise laboratorial, que leva pelo menos 15 dias.

Outras 200 fichas de notificações estão sendo analisadas, para confirmação ou não da dengue. E estão sob investigação 31 casos suspeitos de dengue hemorrágica no município. Não há caso de óbito por dengue até o momento, em Cariacica.

Capacitação

Nesta segunda-feira (4), das 8h ao meio-dia, mais cem agentes de saúde estarão sendo capacitados para o combate à dengue e à leptospirose. Será no auditório da secretaria de Educação (Seme), em Itaquari. Outros 200 agentes e servidores da Vigilância Sanitária passaram pelo treinamento há duas semanas.

Confirmados

Os casos confirmados de dengue até o momento somam 23, de um total de 835 notificados em análise. Os bairros com mais casos notificados (em fase de confirmação)são: Bandeirantes (29); Alto Lage (27); Campo Grande (26); Oriente (24); Itapemirim (23); e Maracanã (23).

Neste início de fevereiro, a Vigilância Epidemiológica já recebeu como confirmados os seguintes números, nos seguintes bairros: Campo Belo (4); Morada de Campo Grande (3); Bandeirantes (2); Jardim América (2); e Sotelândia (2).

Combate

Na terça-feira (29), houve uma ação de combate à dengue, nos bairros Santa Luzia e Porto Belo II. Houve o recolhimento de móveis (serviço denominado Papa móvel), carro fumacê e coleta de lixo. Os agentes de endemias e os agentes comunitários de saúde também orientaram a população com relação à dengue e aos perigos que ela traz.

Esta ação vai se estender a outros bairros ao longo do ano e está acontecendo em razão do alto índice de infestação do mosquito Aedes aegypti.
As comunidades são escolhidas para receber a ação com base no levantamento do índice de infestação do mosquito.

A Vigilância Epidemiológica de Cariacica alerta que, este ano, o exame de isolamento viral identificou que estão circulando os vírus 4 e 1.
As principais vítimas do sorotipo 1 são as pessoas que não tiveram contato com ele em anos anteriores e crianças. O sorotipo 4 está circulando pela primeira vez. Isso significa que as pessoas ficam mais suscetíveis à infecção por não terem anticorpos, como ocorre com os demais sorotipos.

Mesmo quem teve a doença (com os outros sorotipos) pode ter complicações devido a uma reação do vírus 4 ao entrar em contato com os anticorpos de infecções anteriores.

Sintomas

Ao sentir os primeiros sintomas, como dor abdominal forte, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, febre alta, dor nas articulações e manchas vermelhas no corpo, a pessoa deve se hidratar, ingerindo líquido, e procurar logo uma das unidades de saúde ou os prontos atendimentos do município. Importante não se automedicar, principalmente com ácido acetil salicílico (AAS).

Ajuda da população

A gerente da Vigilância Epidemiológica de Cariacica, Denise Carramanhos, pede a ajuda da população no esforço de combate ao mosquito. “A responsabilidade do combate à dengue não pode ser só do poder público. Precisamos que a população entenda a sua parte nesta guerra”, declarou. A gerente pede que os moradores recebam os agentes de endemia nas suas casas para que tenham orientações gerais, como as formas de eliminação de possíveis criadouros do mosquito.

A colaboração é importante para evitar a adoção do último recurso usado no combate à dengue: o carro fumacê. O inseticida causa impacto ambiental e só mata o mosquito alado, adulto. Se for o caso, quando o carro fumacê passar, o morador deve abrir portas e janelas. O Aedes aegypti permanece no ambiente domiciliar e no seu entorno.

O recolhimento de lixo e entulhos ajuda na prevenção da dengue. Toda a equipe de combate à dengue está treinada e capacitada para levar a melhor informação à população, como: sinais e sintomas da doença, meios de prevenção e encaminhamentos à assistência médica. Os profissionais de saúde também foram treinados para identificar e tratar a dengue.

As unidades de saúde receberam cadeiras para hidratação, com suporte de soro, para atender ao aumento da demanda nesta época do ano, propícia aos casos da doença.

Informações Adicionais:

Texto: Evandro Costalonga

Jornalista responsável: Evandro Costalonga