Em palestra, juíza alerta pais e professores a identificarem sinais de abusos

A palestra acontece em Castelo Branco, na EMEF Joana Maria da Silva


A juíza da 1ª Vara da Infância e Juventude, Fabrícia Calhau Novaretti, visitou nesta segunda-feira (19) a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Joana Maria da Silva para conversar com pais e professores sobre o abuso infantil. A iniciativa do evento foi do Conselho Tutelar da região de Castelo Branco e visa incentivar as pessoas a identificar sinais de abuso e denunciar esse tipo de crime.


Para a juíza, visitas como esta são fundamentais para combater esse tipo de crime. “Não podemos nos deixar pensar que esses crimes só ocorrem em lugares mais pobres e isolados. Pelos processos que já passaram por mim, posso afirmar que isso pode acontecer em todas as classes, na casa de qualquer um. Precisamos estar alertas”, relata.

Ainda segundo Fabrícia, uma das maiores dificuldades é convencer os pais a denunciar, já que muitas vezes o agressor é alguém próximo da família. “Não adianta fingir que não aconteceu, é preciso encarar o problema e impedir que aconteça novamente. Uma criança que sofre abuso passa a considerar o afeto como algo ruim, isso o atrapalha a se relacionar socialmente com outras pessoas, causa insegurança e é um trauma que dura a vida toda”, explica.

A diretora da EMEF Joana Maria da Silva, Alessandra Fonseca, destaca a importância de trazer eventos assim para a escola. “Existe muito receio em denunciar, já que a maioria dos casos ocorre dentro de casa. Então é fundamental que a escola também esteja atenta”, revela. Além de Alessandra, também estavam presentes as diretoras da EMEF Ayrton Senna, em Vista Mar, e do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Maria Inez Gurtler, no bairro Liberdade.

O evento faz parte da campanha “Faça Bonito: proteja nossas crianças e adolescentes” e acontece pelo segundo ano consecutivo. Além da palestra desta segunda-feira (19), no domingo (18) a comunidade de Castelo Branco se reuniu para realizar uma marcha em favor da campanha. A conselheira tutelar Valdirene da Silva, uma das organizadoras do evento, reforça a importância da denúncia. “Há casos de abuso que não deixam marcas e são mais difíceis de identificar. Mas é preciso que as pessoas estejam alertas para perceber algo de diferente que a criança fale, um comportamento agressivo ou até mesmo marcas pelo corpo”, afirma.

Serviço

As denúncias de abuso infantil podem ser feitas ao Conselho Tutelar, na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) ou ainda pelo Disque 100 (o Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes). Em todos esses locais há uma equipe preparada para lidar com o problema.

 

Conselho Tutelar região I: (27) 3346-6327

Conselho Tutelar região II: (27) 3384-4929

Conselho Tutelar região III: (27) 3346-6314

Conselho Tutelar região IV: (27) 3388-1377

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDCAC): (27) 3346-6333 ou 3346-6301

Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente DPCA-ES: 3132-1916/3132-1917