Romper com os muros das escolas é o desafio proposto em Seminário de Educação Integral
Por Marketing, postado em 14/05/2014
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Professores, pesquisadores e diretores de escola se reuniram na manhã desta quinta-feira (14) para discutir a implementação da Educação Integral nas escolas de Cariacica. O evento faz parte do I Seminário de Educação Integral, realizado no auditório da Secretaria Municipal de Educação de Cariacica (Seme). Entre conversas, palestras e debates foi proposto um novo desafio: trazer a comunidade para dentro das escolas.
O professor Paulo Nogueira, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ministrou a palestra “Educação Integral e Territórios Educativos” e alerta que a rua não deve ser considerada como um ambiente ruim para as crianças. “Não podemos confundir e achar que a educação se limita só ao ambiente escolar e nem de achar que a rua é um ambiente hostil e perigoso. Eu, quando criança, aprendi muito na rua e acredito que lá, entre as brincadeiras com os vizinhos e o acompanhamento da rotina dos adultos, há muito a contribuir para o desenvolvimento dos alunos. O dever da escola é perceber isso e potencializar esse aprendizado”, revela Nogueira.
As diretoras Nara Fonseca (foto à esquerda), da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Valdici Alves Baier, e Keila Soares, da EMEF São Jorge, contam que o foco dos gestores das escolas têm sido o de trazer oficineiros e monitores das próprias comunidades. “Acreditamos que o monitor nativo da comunidade é quem conhece melhor a realidade da região e quem pode saber lidar melhor com os conflitos e as necessidades dos alunos. Por isso, temos priorizado que as oficinas que ocorrem após o horário de aula sejam ministradas por mobilizadores da própria comunidade”, explica Nara.
Desde o dia 13 de maio o professor Paulo Nogueira e outros pesquisadores do grupo Teia (Territórios, Educação Integral e Cidadania), da UFMG, têm visitado as escolas municipais de Cariacica entrevistando pais e alunos. O objetivo da pesquisa do grupo é perceber que efeitos da jornada prolongada dentro da escola têm surtido nos alunos.
Nogueira acredita que a Educação Integrada, que vêm sendo construída desde 1971, só é efetivada como política pública quando Federação, Estado, Municípios e Comunidade conseguem estabelecer uma relação. “A Educação Integral nas escolas já é lei há 43 anos, não é política de nenhum partido, nem particular a nenhum governo, ninguém pode tomar esse bem para si. Mas só com o trabalho do Estado somado ao interesse e o envolvimento da comunidade é que a Educação Integral será eficiente e poderá transformar a escola em uma base para a mobilidade social”, completa.