Número de casos de dengue cai 90% em Cariacica nos primeiros cinco meses de 2014

Secretaria Municipal de Saúde usa o equipamento desde outubro de 2013. FOTO: Semco/Lucas Calazans

O número de casos suspeitos de dengue em Cariacica caiu drasticamente este ano, em relação ao ano passado. Até 16 de maio foram 837 notificações, enquanto em 2013 foram 7950, no mesmo período. Essa mudança no cenário é atribuída, em parte, a uma novidade no Estado para combater o mosquito vetor da doença: a moto fumacê.

A avaliação positiva também é atribuída ao profissionalismo das equipes envolvidas no trabalho de combate à dengue; as ações conjuntas das secretarias de Saúde, Educação, Serviços, Comunicação e Obras para realização de mutirões de limpeza na cidade; ao trabalho de conscientização desenvolvido pelo Programa de Educação em Saúde e Mobilização Social (Pesms) e a conscientização e colaboração da população no combate à enfermidade.

No que se refere à moto fumacê, a Prefeitura de Cariacica foi a primeira cidade do Espírito Santo a implantar o serviço. Ao todo são dez veículos locados, que estão sendo utilizados desde outubro de 2013. Eles são adaptados com bombas termonebulizadoras para aplicação do inseticida Actellic Profissional, que é aprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O diferencial da moto adaptada é a capacidade de levar o fumacê a becos e ruas estreitas, onde o carro não vai, e também a economia financeira proporcionada.

De acordo com o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Luiz Roberto Meneghel, num período de quatro horas, o carro fumacê gasta 100 litros de calda (inseticida e o combustível necessário para gerar a fumaça) enquanto uma moto usa apenas 20 litros, para fazer o mesmo percurso, no mesmo espaço de tempo.

Em relação ao combustível necessário para a locomoção dos veículos, o proprietário da empresa que presta o serviço para a prefeitura, Cleber Mantovani, esclareceu: “O próprio motor da motocicleta gera energia suficiente para fazer a queima do produto e produzir a fumaça, ou seja, não há gasto adicional com combustível. Já no caso do carro, o gasto é maior, pois ele demanda um motor adicional e, consequentemente, mais combustível para fazer o serviço”.

Há ainda outras vantagens. A bomba usada no carro tem a abertura de 75 milímetros para a saída do fumacê, enquanto a da moto é de meia polegada. Isso significa que, com a moto, fica reduzida a quantidade de inseticida lançado no ar, o que diminui os danos ao meio ambiente, sem diminuir a eficiência do produto. “O efeito é causado pela quantidade de veneno que está na fumaça e não pela quantidade de fumaça”, esclareceu.

Atualmente, além das motos locadas, a Prefeitura dispõe de um carro que faz o trabalho de fumacê e também é utilizado para a aplicação de larvicida biológico nos valões. Meneghel destaca que é imprescindível que sejam tomadas as duas medidas: tratamento de valões e fumacê. Segundo ele, o tratamento nos valões serve para eliminar as larvas do mosquito. Já o fumacê vai combater os mosquitos adultos.

Ações preventivas realizadas pela Prefeitura:

• Ações conjuntas das secretarias de Saúde, Educação, Serviços, Comunicação e Obras para realização de mutirões de limpeza na cidade, com disponibilização do serviço papa-móveis e recolhimento de lixo.
• Trabalho de conscientização desenvolvido pelo Programa de Educação em Saúde e Mobilização Social (Pesms).
• Passagem do carro e da moto fumacê
• Tratamento com larvicida biológico nos valões
• Mobilizações com panfletagem
• Ações educativas nas escolas
• Visitas domiciliares dos agentes de saúde ambiental
• Utilização do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (Lira) para nortear as ações.

Ações de combate à dengue

Galeria de imagens
Semco/Claudio Postay e Lucas Calazans

Informações à Imprensa:
Texto:Verônica Aguiar
Jornalista responsável: Marcelo Pereira