Mestre Tagiba mantém acesa tradição do congo de máscaras

Tradição, religiosidade, folclore e cultura. O Carnaval de Congo de Máscaras em Roda D’água representa a memória e a história do povo de Cariacica ilustrado na festa das cores e do ritmo dos tambores e da casaca. Como marco da cultura do município, o congo mantém acesa uma das mais representativas manifestações folclóricas do Estado.

Até o mês de abril, quando ocorre o Congo de Máscaras, iremos abordar toda sexta, uma matéria especial com personagens, história e divulgação dos festejos. Apresentamos agora a dedicação do Mestre Tagiba para o ensinamento do congo, conservando assim, a herança repassada a gerações.

Itagiba Cardoso, mestre Tagiba (66 anos). Morador da região de Roda D’água.

Nascido e criado no coração do Carnaval de Congo de Máscaras em Roda D’água, Itagiba Cardoso, conhecido como mestre Tagiba, aprendeu ainda criança, aos 10 anos, as primeiras batidas no tambor e o sinal do apito que anuncia o cortejo. As memórias e tradições de 55 anos de congo, mestre Tagiba repassa para as novas gerações renovando as raízes da cultura do congo de máscaras.

Crescendo com as tradições da festa folclórica, Tagiba aprendeu com o seu pai e mentor Manuel Ferreira, o mestre Gabiroba, o rimo e a alegria da manifestação cultural do povo de Cariacica. Como um dos fundadores da Banda de Congo Santa Izabel, uma das mais antigas do Estado, mestre Tagiba acompanhou os passos da história do congo.

O envolvimento e dedicação da família do mestre com a congada impulsionou a criação da Banda de Congo do Mestre Tagiba, que reúne parentes e conhecidos apreciadores da tradicional festa, além de ajudar a manter atuante a banda do Mestre Tagiba Mirim, com aprendizes e futuros mestres de congo. São mais de 100 anos de procissão como uma autêntica expressão de cultura e religiosidade dos moradores de Cariacica.

Em meio à dança dos mascarados e ao batuque dos tambores da congada em devoção a Nossa Senhora da Penha, mestre Tagiba relembra contente a evolução da festa das máscaras que reúne espectadores de diversas regiões do estado que apreciam a apresentação dos congueiros. Assim, tambores e casacas entoam antigas canções enquanto fiéis carregam estandartes e imagens da padroeira do ES pelo caminho.

Houve um crescimento do congo de máscaras. Antes era só uma caminhada, concentrado na comunidade. Hoje Cariacica recebe pessoas de vários lugares para acompanhar e conhecer o congo de máscaras. Precisamos manter e cultivar a tradição que representa a cultura do município. Eu procuro, para os meus filhos e netos, o amor e a dedicação pelo congo.

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