Conheça 13 mitos do mosquito Aedes aegypti

Nos últimos tempos fala-se muito sobre o mosquito Aedes aegypti e as doenças que provoca: dengue, zika e chikungunya. Entretanto, algumas vezes, essas informações chegam distorcidas à população, o que acaba gerando dúvidas. Para que o combate ao mosquito seja realizado de forma correta, elencamos 13 questões que viraram mitos. Confira abaixo as explicações sobre esse tema:

1- Para evitar epidemia, é preciso que se aplique o fumacê.
A nebulização com inseticidas só é eficaz se forem retirados de cada imóvel potenciais criadouros do mosquito Aedes Mitoaegypti, ou seja, qualquer coisa que possa acumular água desde uma tampinha de garrafa a recipientes maiores. O veneno utilizado nas nebulizações só tem o poder de matar o mosquito adulto, por isso a necessidade de eliminar os criadouros.

2- Após picar o ser humano, o mosquito da dengue morre?
Mito Em média o mosquito tem 45 dias de vida, um único mosquito pode contaminar 300 pessoas. Por isso, é importante eliminar água e lavar bem os recipientes com água e sabão.

3- Qualquer picada do mosquito transmite o vírus da doença?
Mito Para transmitir a doença, o mosquito precisa estar contaminado. A fêmea contaminada transmite o vírus da dengue para o ser humano. Na picada, ela aplica uma substância anestésica, fazendo com que não haja dor. O mosquito Aedes aegypti é menor que os mosquitos comuns. Apesar do inseto transmissor da dengue ser muito parecido com o pernilongo, ele possui características específicas que o difere de qualquer outro mosquito: Eles são pequenos, em média têm 0,5 cm de comprimento. São pretos, com pequenos riscos brancos no dorso, cabeça e pernas. As asas são translúcidas e o ruído que produzem é praticamente inaudível ao ser humano.

4- O Aedes aegypti só pica nas pernas.
MitoEm geral, os mosquitos costumam picar nas regiões dos pés, tornozelos e pernas. Isso ocorre porque os mosquitos costumam ter voos rasteiros, chegando a uma altura máxima de meio metro do solo. Mas a picada pode acontecer em outras áreas expostas do corpo.

5- O mosquito não atinge lugares altos.
Mito Há pessoas que pensam que, só porque moram em andares altos de prédios, estão livres do mosquito da dengue, mas isso não é verdade. É incomum, mas há relatos de Aedes aegypti encontrados em lugares altos. É preciso tomar cuidado com a proliferação do transmissor em prédios, já que o mosquito pode ser levado até pelo elevador a andares mais altos.

6- Um mosquito só pode picar e contaminar uma pessoa.
Mito Diferentemente de outros mosquitos, o Aedes aegypti tem a capacidade de picar mais de uma pessoa com o mesmo "lote" de ovos. Isso permite que ele consiga contaminar mais de uma pessoa com o vírus da dengue. Há relatos de famílias inteiras que foram infectadas no mesmo dia pelo mesmo mosquito.

7- Quem já teve dengue está imune à doença.
Mito Existem quatro sorotipos do vírus da dengue. A pessoa que contrai a doença fica imunizada para aquele tipo, mas não para os outros. Mesmo após a cura, é preciso tomar cuidados para evitar uma nova infecção.

8- Só tem dengue hemorrágica quem contrai a doença pela segunda vez.
MitoA dengue hemorrágica é mais comum em pessoas que já tiveram a forma clássica da doença, mas isso não quer dizer que pessoas infectadas pela primeira vez não possam ter complicações desse tipo. Se não houver um acompanhamento eficaz do paciente infectado com a dengue clássica, ela pode se associar a outros fatores gerando complicações, até mesmo uma evolução para a dengue hemorrágica.

9- O Aedes aegypti não se reproduz em água suja.
MitoAs larvas do mosquito não se desenvolvem apenas em água limpa. Os ovos do mosquito também podem se desenvolver em água suja e parada. Para combater a dengue, o importante é acabar com qualquer reservatório de água parada, seja limpa ou suja.

10- Para matar os ovos do mosquito basta secar os reservatórios de água parada. 
MitoO ovo do Aedes aegypti é capaz de sobreviver a mais de 400 dias sem água. Por isso, apenas secar um ambiente que continha água não é suficiente para impedir a reprodução do mosquito. Se o ovo estiver infectado pelo vírus da dengue, o mosquito será transmissor da doença. É preciso eliminar a água parada e limpar o local esfregando com água e sabão.

11- Repelente é fundamental no combate à dengue?
MitoOs repelentes não têm um efeito eficaz no controle do mosquito. O produto protege a pessoa por um determinado período de tempo. O certo é evitar combater o Aedes aegypti para evitar o seu ciclo de reprodução.

12- O ar condicionado e o ventilador matam o mosquito da dengue.
MitoAo contrário do que muitos pensam, o frio do ar condicionado não mata o mosquito. Com a baixa temperatura e a alta umidade, eles ficam inibidos e não picam, mas continuam vivos. Ele tem mais dificuldade para detectar onde estará a possível vítima de sua picada. Não há eficácia na prevenção da dengue com esse método, já que o Aedes aegypti infectado pode picar as pessoas quando o aparelho for desligado. O mesmo vale para ventiladores, que, com o fluxo de ar, espantam os mosquitos, mas não os matam.

13- Os sintomas da dengue, zika e chikungunya são os mesmos.
MitoEssas doenças possuem sintomas semelhantes. Eles se confundem, mas não são iguais. A dengue e a chikungunya têm sintomas e sinais parecidos, enquanto a dengue se destaca pelas dores no corpo, a chikungunya se destaca por dores e inchaço nas articulações. Já a zika, se destaca por uma febre mais baixa (ou ausência de febre), muitas manchas na pele e coceira no corpo.
Dengue: o primeiro sintoma da dengue é a febre alta, entre 39° e 40°C. Tem início repentino e geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira no corpo. Pode haver perda de peso, náuseas e vômitos.
Chikungunya: apresenta sintomas como febre alta, dor muscular e nas articulações, dor de cabeça e exantema (erupção na pele). Os sinais costumam durar de 3 a 10 dias.
Zika: tem como principal sintoma o exantema (erupção na pele) com coceira, febre baixa (ou ausência de febre), olhos vermelhos sem secreção ou coceira, dor nas articulações, dor nos músculos e dor de cabeça. Normalmente os sintomas desaparecem após 3 a 7 dias. Em casos mais extremos, a doença pode evoluir para a Síndrome de Guillain-Barré. No caso de gestantes, o bebê pode nascer com uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada.

Fonte: Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde de Cariacica