Os três caminhos de Cariacica na Rota Imperial
Por Marcelo Pereira, postado em 24/06/2016
Fotos Claudio Postay e reprodução
Cariacica conserva três trechos na chamada Rota Imperial, antiga via que ligava Ouro Preto (antiga Vila Rica) à capital capixaba, e que completa 200 anos agora em 2016.
Os trechos evidenciam os caminhos por onde escoavam a produção agrícola e pecuária da cidade, além do que era trago pelas tropas de burros e bois vindas de Minas Gerais.
A partir de meados do século XVIII até meados do século XX, o caminho foi amplamente utilizado tendo Cariacica como última escala antes do desembarque na capital do Espírito Santo já que a cidade era a principal fonte de abastecimento de Vitória.
De acordo com o historiador e pesquisador Fábio Leite, um desses roteiros, com cerca de 9 km de extensão, começava na divisa com Viana e seguia a trilha dos tropeiros, no caminho natural das fazendas, coincidindo com o traçado da atual BR 262, entrando no que hoje é a Avenida Expedito Garcia, em Campo Grande. Dali, seguia até Itacibá, finalizando em Porto de Santana, na Baía de Vitória.
O outro trecho, que contemplava Cariacica, era o feito em viagem de barco pelo rio Santa Maria. Os víveres e a produção agrícola eram transportados nas canoas que vinham rio acima, tendo uma das paradas, o Porto da Pedra, em Vila Cajueiro.
Já a terceira via, que não está no roteiro oficial, tem um alcance de 20 quilômetros e começa na região de Boqueirão de Thomas, na divisa com Domingos Martins. De lá, os tropeiros seguiam pelas localidades rurais de Pau Amarelo, Boqueirão do Santilho (na divisa de Santa Leopoldina), Sabão, Cachoeirinha e Maricará. O trajeto tinha o Morro do Quartel (hoje Cariacica Sede) como ponto final antes de chegar ao porto do Rio Cariacica (hoje, Porto de Cariacica). Ao contrário dos outros dois primeiros trechos, bastante afetados por urbanização e industrialização a partir dos anos 50 do século passado, este último ainda conserva muito das paisagens do que aqueles viajantes vislumbravam. Ainda há resquícios de ruínas de fazendas, descendentes dos tropeiros, entrepostos comerciais e pórticos naturais, num testemunho silencioso do passado de quem por ali viajou.
Os trechos evidenciam os caminhos por onde escoavam a produção agrícola e pecuária da cidade, além do que era trago pelas tropas de burros e bois vindas de Minas Gerais.
A partir de meados do século XVIII até meados do século XX, o caminho foi amplamente utilizado tendo Cariacica como última escala antes do desembarque na capital do Espírito Santo já que a cidade era a principal fonte de abastecimento de Vitória.
![IMG_5904 copiar](http://www.cariacica.es.gov.br/wp-content/uploads//2016/06/IMG_5904-copiar-300x200.jpg)
O historiador e pesquisador Fábio Leite diz que o trecho de Cariacica na Rota Imperial que mais conserva as características originais é o que vai da divisa de Domingos Martins até o então rio Cariacica
![Cariacica proximo a Praça Getúlio Vargas](http://www.cariacica.es.gov.br/wp-content/uploads//2016/06/Cariacica-proximo-a-Praça-Getúlio-Vargas-300x200.jpg)
Caminho dos tropeiros passava por Cariacica Sede. A foto é do início do século XX onde hoje é a Praça Getúlio Vargas
De acordo com o historiador e pesquisador Fábio Leite, um desses roteiros, com cerca de 9 km de extensão, começava na divisa com Viana e seguia a trilha dos tropeiros, no caminho natural das fazendas, coincidindo com o traçado da atual BR 262, entrando no que hoje é a Avenida Expedito Garcia, em Campo Grande. Dali, seguia até Itacibá, finalizando em Porto de Santana, na Baía de Vitória.
![Rio Santa Maria (25) copiar](http://www.cariacica.es.gov.br/wp-content/uploads//2016/06/Rio-Santa-Maria-25-copiar-300x200.jpg)
Rio Santa Maria, na altura de Vila Cajueiro: o trecho era utilizado para transportar os víveres e produção agrícola que iam a Vitória via canoa
O outro trecho, que contemplava Cariacica, era o feito em viagem de barco pelo rio Santa Maria. Os víveres e a produção agrícola eram transportados nas canoas que vinham rio acima, tendo uma das paradas, o Porto da Pedra, em Vila Cajueiro.
Já a terceira via, que não está no roteiro oficial, tem um alcance de 20 quilômetros e começa na região de Boqueirão de Thomas, na divisa com Domingos Martins. De lá, os tropeiros seguiam pelas localidades rurais de Pau Amarelo, Boqueirão do Santilho (na divisa de Santa Leopoldina), Sabão, Cachoeirinha e Maricará. O trajeto tinha o Morro do Quartel (hoje Cariacica Sede) como ponto final antes de chegar ao porto do Rio Cariacica (hoje, Porto de Cariacica). Ao contrário dos outros dois primeiros trechos, bastante afetados por urbanização e industrialização a partir dos anos 50 do século passado, este último ainda conserva muito das paisagens do que aqueles viajantes vislumbravam. Ainda há resquícios de ruínas de fazendas, descendentes dos tropeiros, entrepostos comerciais e pórticos naturais, num testemunho silencioso do passado de quem por ali viajou.