Crianças aprendem a valorizar as raízes africanas no Cmei Maria Rachel em Flexal II
Por Marcelo Pereira, postado em 21/11/2016
Fotos Lucas Calazans
Para os alunos do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Maria Rachel Nascimento, em Flexal II, o Dia Nacional da Consciência Negra não se resume a um único dia de novembro. Celebrado no último domingo (20), a garotada tem durante o ano inteiro um trabalho de valorização de suas raízes africanas e autoestima da raça. São meninos e meninas entre 4 e 5 anos, que participam do projeto "Somos Negros, Somos Lindos", levado pelo conjunto de diretora, pedagoga e professoras do Cmei.
Os 180 alunos recebem noções de história e cultura africana, além de atividades que evidenciam o quão bonito é ser negro. Isto nas mais variadas matérias. "Na contação de histórias e no processo de alfabetização, por exemplo, apresentamos contos infantis populares de países africanos. Na recreação e na Educação Física, podemos incluir os jogos de capoeira e as cirandas. Em Artes Plásticas, nós nos voltamos para a música, o colorido das vestimentas, a confecção de brinquedos, enfim, tudo num diálogo entre as disciplinas para desvendar esse universo rico dos povos africanos que, no Brasil, vai muito além da história da escravidão", sintetiza a professora de Artes, Josiane dos Santos Silva, uma das participantes da atividade.
O projeto vai ter o seu ponto alto nesta sexta-feira (25), quando, durante todo o dia, uma grande mostra cultural será realizada, colocando em evidência o que as crianças aprenderam. O ponto alto será o desfile de roupas e penteados afro. "Vivemos numa comunidade onde a etnia negra é a mais presente. E notamos que ainda havia, em algumas famílias, uma depreciação por ser afrodescendente. Com este trabalho, a criança passa a ser uma disseminadora de informação, promovendo o orgulho da etnia em sua própria casa", aponta a pedagoga Christiani Siqueira. "Hoje em dia, escola e família devem andar juntas. Não há porque fazer aquela separação estanque. O ambiente escolar pertence também aos pais", reforça.
Abaioni
A aula segue com a professora Josiane ensinando os alunos a fazer uma abaioni, uma bonequinha feita de uma única peça de pano. Enquanto manipula o material, ela narra a origem do brinquedo. No tempo do Brasil Colônia, as mães, que eram escravas, pegavam um pedaço da própria saia e com uma tira e dando nós, produziam uma boneca. Josiane termina a história e a montagem do brinquedo. Criançada atenta, eles começam então a produzir as bonequinhas com o material disponível.
Em seguida, a professora de Educação Física, Michele Cardoso, comanda uma roda de capoeira. Quem não joga, bate palma. Depois, tudo termina com todos cantando músicas em que exaltam as diferenças e a aceitação delas.
A pequena Amanda Martins, de 4 anos, desfila toda feliz pela sala de Artes. Com seu penteado de tranças e seu vestido inspirado nas túnicas, capulanas e vestidos com os coloridos estampados africanos, ela não vê a hora de desfilar com as amiguinhas. "Meu cabelo é lindo. O das minhas colegas também. Na aula a gente aprende que todo cabelo é bonito porque todo mundo é diferente", detalha. O projeto, aos poucos, vai colhendo seus frutos.
Veja mais momentos do projeto "Somos Negros, Somos Lindos!"
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Roda de capoeira na aula de Educação Física: garotada aprende sobre a rica cultura africana se divertindo
Os 180 alunos recebem noções de história e cultura africana, além de atividades que evidenciam o quão bonito é ser negro. Isto nas mais variadas matérias. "Na contação de histórias e no processo de alfabetização, por exemplo, apresentamos contos infantis populares de países africanos. Na recreação e na Educação Física, podemos incluir os jogos de capoeira e as cirandas. Em Artes Plásticas, nós nos voltamos para a música, o colorido das vestimentas, a confecção de brinquedos, enfim, tudo num diálogo entre as disciplinas para desvendar esse universo rico dos povos africanos que, no Brasil, vai muito além da história da escravidão", sintetiza a professora de Artes, Josiane dos Santos Silva, uma das participantes da atividade.
O projeto vai ter o seu ponto alto nesta sexta-feira (25), quando, durante todo o dia, uma grande mostra cultural será realizada, colocando em evidência o que as crianças aprenderam. O ponto alto será o desfile de roupas e penteados afro. "Vivemos numa comunidade onde a etnia negra é a mais presente. E notamos que ainda havia, em algumas famílias, uma depreciação por ser afrodescendente. Com este trabalho, a criança passa a ser uma disseminadora de informação, promovendo o orgulho da etnia em sua própria casa", aponta a pedagoga Christiani Siqueira. "Hoje em dia, escola e família devem andar juntas. Não há porque fazer aquela separação estanque. O ambiente escolar pertence também aos pais", reforça.
Abaioni
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As tiras de pano se transformam em abaionis, as bonequinhas que as mães escravas faziam com pedaços do próprio vestido
A aula segue com a professora Josiane ensinando os alunos a fazer uma abaioni, uma bonequinha feita de uma única peça de pano. Enquanto manipula o material, ela narra a origem do brinquedo. No tempo do Brasil Colônia, as mães, que eram escravas, pegavam um pedaço da própria saia e com uma tira e dando nós, produziam uma boneca. Josiane termina a história e a montagem do brinquedo. Criançada atenta, eles começam então a produzir as bonequinhas com o material disponível.
Em seguida, a professora de Educação Física, Michele Cardoso, comanda uma roda de capoeira. Quem não joga, bate palma. Depois, tudo termina com todos cantando músicas em que exaltam as diferenças e a aceitação delas.
A pequena Amanda Martins, de 4 anos, desfila toda feliz pela sala de Artes. Com seu penteado de tranças e seu vestido inspirado nas túnicas, capulanas e vestidos com os coloridos estampados africanos, ela não vê a hora de desfilar com as amiguinhas. "Meu cabelo é lindo. O das minhas colegas também. Na aula a gente aprende que todo cabelo é bonito porque todo mundo é diferente", detalha. O projeto, aos poucos, vai colhendo seus frutos.
Veja mais momentos do projeto "Somos Negros, Somos Lindos!"