Alunos da EJA vencem desafios em busca da qualificação profissional
Por Fabiani Araujo, postado em 06/04/2017
Fotos Claudio Postay
O sonho de retomar os estudos e adquirir uma qualificação profissional, que antes parecia tão distante, agora é realidade para 11 alunos que concluíram o ensino fundamental na Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede municipal de ensino de Cariacica. Eles superaram obstáculos, venceram desafios e com muita determinação e perseverança alcançaram a aprovação para ingresso nos cursos do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos (Proeja), do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).
Aprovada para o curso técnico de Guia de Turismo, a estudante Eva Correa Alvarenga, 49 anos, conta que a busca por melhores oportunidades de trabalho e o desejo de concluir os estudos, interrompido aos 15 anos, a fizeram retornar à sala de aula. Eva, que têm três filhas e dois netos, supera os desafios diários para estar presente nas aulas do Ifes.
“Comecei a trabalhar muito cedo, me casei aos 18 anos e acabei não dando prioridade aos estudos. Em 2015, depois do apoio e incentivo das minhas filhas e amigas, voltei à escola e hoje estou me qualificando profissionalmente. Enfrento muitas batalhas para frequentar as aulas, mas sou determinada e sei que vou concluir o curso”, enfatiza Eva, que pretende ainda entrar no curso de inglês e participar do grupo de coral do Ifes.
A luta com a d
ependência química e problemas familiares foram algumas barreiras enfrentadas pelo estudante Thiago dos Santos Carvalho, 20 anos, para permanecer na escola. Aprovado, também, para o curso técnico de Guia de Turismo, ele sonha em abrir uma agência de viagens, fazer faculdade de Gastronomia e abrir um restaurante no Japão. Além dos estudos à noite, Thiago pratica natação e judô, três vezes por semana, no Ifes.
“Sei que não há vitória sem batalha e, hoje, me considero um vencedor. Passei por situações muito difíceis em minha vida e quero agarrar essa oportunidade com todas as minhas forças. Pretendo fazer faculdade, abrir meu próprio negócio, ajudar minha mãe e ter sucesso em minha vida profissional”, almeja Thiago.
Para o artesão Francisco Luiz Filho, 46 anos, aprovado para o curso técnico em Metalurgia, a falta de emprego foi o principal motivo do retorno à sala de aula. “Procurava emprego, mas não me aceitavam porque não tinha terminado os estudos. Fazia serviços autônomos, mas almejava uma carreira profissional. Foi quando decidi retornar à escola. Não é fácil trabalhar durante o dia e estudar à noite, mas vou persistir. Quero trabalhar em uma grande empresa do ramo e crescer profissionalmente”.
Ao longo de todo o processo, o incentivo dos professores é fundamental, principalmente no sentido de evitar as desistências. A coordenadora pedagógica e professora de Artes, Rosely Costa Ribeiro, afirma que o trabalho desenvolvido com os alunos da EJA exige um olhar diferenciado. “Temos que compreender a realidade de vida de cada um destes estudantes e realizar um trabalho de ensino voltado para um melhor aprendizado, onde o aluno sinta prazer e alegria em estudar. É um exercício de afetividade, onde temos que ser mais do que professores e estabelecer um vínculo de amizade e respeito”, acredita.
Eva, Francisco e Thiago concluíram o ensino fundamental na EJA da Emef Oliveira Castro, em Itaquari. Além deles, outros oito alunos da rede municipal de ensino alcançaram sucesso na aprovação no Proeja. Eles ingressaram nos cursos de Cadista (Construção Civil), Metalurgia, Guia de Turismo e Segurança do Trabalho, e são ex-alunos das EMEFs Deocleciano Francisco, Maria Augusta Tavares, Stélida Dias e Valdici Alves Baier.
Diversidade cultural
A coordenadora da Educação de Jovens e Adultos da Seme, Tatiana Oliveira, ressalta que a escola precisa valorizar a diversidade cultural dos estudantes. “É uma ação que constitui uma poderosa postura metodológica capaz de orientar as práticas pedagógicas e colaborar na fluidez do processo educativo. Nessa perspectiva temos muitos desafios, mas começamos a visualizar, através das conquistas desses estudantes, o reflexo do nosso trabalho e isso nos deixa muito felizes”.
Na rede municipal de ensino de Cariacica, 23 escolas ofertam a modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Cerca de três mil estudantes estão matriculados nessas unidades de ensino. Podem se inscrever na EJA pessoas acima de 15 anos (para menores de 18 anos, a matrícula dever ser feita pelos pais ou responsáveis). Para se matricular, o interessado deve ir até uma das EMEFs que ofertam a modalidade e apresentar os seguintes documentos: cópias do RG, CPF e do comprovante atual de residência, além do histórico escolar e declaração de transferência.
![IMG_7252 copiar](http://www.cariacica.es.gov.br/wp-content/uploads//2017/04/IMG_7252-copiar-300x200.jpg)
“Comecei a trabalhar muito cedo, me casei aos 18 anos e acabei não dando prioridade aos estudos. Em 2015, depois do apoio e incentivo das minhas filhas e amigas, voltei à escola e hoje estou me qualificando profissionalmente. Enfrento muitas batalhas para frequentar as aulas, mas sou determinada e sei que vou concluir o curso”, enfatiza Eva, que pretende ainda entrar no curso de inglês e participar do grupo de coral do Ifes.
A luta com a d
![IMG_7254 copiar](http://www.cariacica.es.gov.br/wp-content/uploads//2017/04/IMG_7254-copiar-300x200.jpg)
“Sei que não há vitória sem batalha e, hoje, me considero um vencedor. Passei por situações muito difíceis em minha vida e quero agarrar essa oportunidade com todas as minhas forças. Pretendo fazer faculdade, abrir meu próprio negócio, ajudar minha mãe e ter sucesso em minha vida profissional”, almeja Thiago.
![IMG_7255 copiar](http://www.cariacica.es.gov.br/wp-content/uploads//2017/04/IMG_7255-copiar-300x200.jpg)
Ao longo de todo o processo, o incentivo dos professores é fundamental, principalmente no sentido de evitar as desistências. A coordenadora pedagógica e professora de Artes, Rosely Costa Ribeiro, afirma que o trabalho desenvolvido com os alunos da EJA exige um olhar diferenciado. “Temos que compreender a realidade de vida de cada um destes estudantes e realizar um trabalho de ensino voltado para um melhor aprendizado, onde o aluno sinta prazer e alegria em estudar. É um exercício de afetividade, onde temos que ser mais do que professores e estabelecer um vínculo de amizade e respeito”, acredita.
Eva, Francisco e Thiago concluíram o ensino fundamental na EJA da Emef Oliveira Castro, em Itaquari. Além deles, outros oito alunos da rede municipal de ensino alcançaram sucesso na aprovação no Proeja. Eles ingressaram nos cursos de Cadista (Construção Civil), Metalurgia, Guia de Turismo e Segurança do Trabalho, e são ex-alunos das EMEFs Deocleciano Francisco, Maria Augusta Tavares, Stélida Dias e Valdici Alves Baier.
Diversidade cultural
A coordenadora da Educação de Jovens e Adultos da Seme, Tatiana Oliveira, ressalta que a escola precisa valorizar a diversidade cultural dos estudantes. “É uma ação que constitui uma poderosa postura metodológica capaz de orientar as práticas pedagógicas e colaborar na fluidez do processo educativo. Nessa perspectiva temos muitos desafios, mas começamos a visualizar, através das conquistas desses estudantes, o reflexo do nosso trabalho e isso nos deixa muito felizes”.
Na rede municipal de ensino de Cariacica, 23 escolas ofertam a modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Cerca de três mil estudantes estão matriculados nessas unidades de ensino. Podem se inscrever na EJA pessoas acima de 15 anos (para menores de 18 anos, a matrícula dever ser feita pelos pais ou responsáveis). Para se matricular, o interessado deve ir até uma das EMEFs que ofertam a modalidade e apresentar os seguintes documentos: cópias do RG, CPF e do comprovante atual de residência, além do histórico escolar e declaração de transferência.