113 pessoas estão fora de casa em Cariacica e Defesa Civil alerta para deslizamentos

Moradores de áreas com risco de deslizamento devem sair imediatamente de casa e chamar a Defesa Civil. FOTO: Semco/Lucas Calazans

Cariacica tem 100 desalojados e 13 desabrigados. Os números, atualizados na manhã desta quinta-feira (26), são consequência do maior volume de chuva já registrado no Espírito Santo e que afeta mais da metade dos municípios capixabas, com danos materiais e perda de vidas. Neste momento, a Defesa Civil de Cariacica pede cuidado especial à população para o risco de deslizamento de encostas. Mesmo com menor volume de chuva, o solo está encharcado e favorece esse tipo de acidente.

“Rachaduras no chão, trincas nas casas, inclinação de árvores e postes são sinais de movimentação de terra”, lembra o coordenador da Defesa Civil, Jarbas Siqueira. Os moradores nessas condições devem sair imediatamente de casa, procurar um abrigo seguro e acionar a Defesa Civil nos telefones 3346-6111, 3346-6112 e 98831-6000. Na cidade, há escolas e igreja acolhendo as pessoas atingidas pela chuva. Na escola Luzbel Pretti, no bairro Operário, são 12 abrigados; na escola Valdeci Cezário, em Vila Rica, são 14 pessoas; na escola Terfina Rocha Ferreira, em Itacibá, são sete abrigados; e na escola Tancredo Neves, no bairro Santa Bárbara, estão 28 desalojados. Quatro pessoas estão acolhidas provisoriamente na Igreja Batista Filadélfia, no bairro Flor de Piranema. Essas 65 vítimas estão sendo atendidas por assistentes sociais, alimentadas e vestidas.

Outras 48 pessoas estão em casas de parentes ou amigos. Dessas, 13 são desabrigados, ou seja, tiveram suas casas destruídas, todas do bairro Porto de Santana. “Estamos trabalhando para disponibilizar o aluguel cidadão para essas vítimas”, disse Jarbas Siqueira. Os 35 desalojados restantes são dos bairros Sotelândia (nove pessoas); Operário (dez); Sotema (nove); Alto Lage 2 (seis); e Alto Boa Vista (com um desalojado).

Em 29, dos 100 bairros de Cariacica, a chuva trouxe algum tipo de transtorno mais significativo, como alagamentos e deslizamentos de encostas. As comunidades atingidas com maior impacto são Flexal 1, Flexal 2, Flor de Piranema, Novo Horizonte, Operário, Vila Rica, Sotelândia, Nelson Ramos, Rio Marinho, Jardim Botânico, Valparaíso, Porto de Santana, Vasco da Gama, Bandeirantes, Jardim de Alah, Jardim América, Vale Esperança, Maracanã, Retiro Saudoso, Santana, Bubu, Santo Antônio, Porto de Cariacica, Campina Grande, Piranema, São Geraldo 1, Vila Isabel, Porto Belo 1, e Campo Belo.

Duas Bocas
Na última terça-feira (24), representantes das secretarias de Obras, Meio Ambiente, Agricultura, Serviços e Trânsito e Defesa Civil se deslocaram para a região de Duas Bocas, na zona rural de Cariacica, para avaliar a situação do volume de água na barragem do local. O trabalho preventivo visou a dar segurança às cerca de 300 famílias das regiões vizinhas à barragem, moradoras da localidade de Duas Bocas, de Maricará e do povoado de Rio Grande. Segundo o secretário de Obras, Rodrigo Vecchio, apesar da elevação, o nível de água estava cinco metros abaixo do limite de segurança e alerta, não havendo necessidade de colocar em prática um plano de evacuação das pessoas.

Além da barragem de Duas Bocas, as cheias voltaram as atenções também para o dique no limite de Cariacica com Vila Velha e Viana, no entroncamento dos rios Formate, Jucu e Marinho, que está sob monitoramento da Cesan e da Defesa Civil Estadual. A situação está sob controle, não havendo risco de rompimento. O monitoramento do volume de água é mantido pelas equipes e, em conjunto, as autoridades das cidades envolvidas decidiram por serviços e intervenções no curso dos rios, de modo a diminuir a vazão no rio Marinho e aumentar a do rio Jucu. A alteração do curso da água já está sendo colocada em prática e está contribuindo para evitar ainda mais danos em Jardim Botânico e Nelson, em Cariacica, e na grande Cobilândia, em Vila Velha.

Informações à Imprensa:
Texto: Evandro Costalonga
Jornalista responsável: Marcelo Pereira