Alunos da Emef Tânia Pôncio ganham brinquedoteca feita de material reciclável em Vila Cajueiro
Por Marcelo Pereira, postado em 22/09/2017
Fotos Lucas Calazans



Ela, que também é artesã e que não gosta de ver desperdício, ficou instigada em ver um espaço amplo sem um uso específico. "A partir de então, comecei a conversar com o corpo pedagógico da escola, para definirmos o que poderia ser feito. Estimular a leitura e a mente da criançada, através de jogos educativos, foi uma saída. Assim, o momento do lazer dos alunos seria bem aproveitado com uma opção a mais", explica.
Com o objetivo definido, foi a hora de ir atrás do material. A professora disse que a boa vontade de doar impera. "Comerciantes, empresários, lojas de construção e de hortifrutis ou de material de estofamento ficaram sensibilizados e doaram, sem demora, um material que, simplesmente seria descartado. O que temos que ter em mente é que, em nome de uma prática sustentável, as pessoas mudam suas posturas e gostam de colaborar", descreve.
A pedagoga Nely Erlacher, que acompanhou a transformação, notou a mudança no ânimo da criançada. "Uma brincadeira com um propósito educativo só vem a somar e contribuir na melhoria do rendimento do estudo. Com a inclusão da leitura e dos jogos na hora do recreio, além das atividades físicas, os alunos aproveitam melhor o tempo na escola e voltam para as salas mais dispostos a aprender", comparou.

Diversão
A garotada curtiu. Além do pega-pega na hora do intervalo das aulas, eles usam os brinquedos e se divertem com os livros, bem ao alcance. "Instalamos estrategicamente os caixotes, que se transformaram em plataformas de livros e jogos, na altura das crianças. Assim, elas ficam naturalmente curiosas e passam a manusear as coleções. O livro e o brinquedo não são mais um objeto distante", compara.

Pedro Henrique da Silva, 9 anos, aluno do terceiro ano, passou a incluir o jogo de damas no seu momento de diversão. Ele gosta de usar o espaço e sempre está por lá. "É legal estar aqui, conversar com os colegas e brincar com o tabuleiro ou pegar os livros. O recreio ficou mais divertido", comentou.

Naturalmente, tudo volta para as caixas quando o recreio termina. "As crianças sentem que o espaço é delas e, naturalmente, estão cuidando, deixando tudo organizado, para que se mantenha e possam brincar depois. Isso também é promover sustentabilidade", finaliza a professora.