Família Acolhedora realizando sonhos
Por Lydia Lourenço, postado em 05/02/2020
Fotos Cláudio Postay
Quem nunca sonhou em ter uma festa de 15 anos? Com a aniversariante desta tarde (05) não foi diferente. A adolescente, recebida por uma família acolhedora há 5 meses, sempre quis realizar uma festa de debutante, e ao pensar que o sonho seria impossível, foi surpreendida pela organizadora de eventos e madrinha do projeto de apadrinhamento Ana Maria Claudina. O projeto de apadrinhamento, é uma das frentes do Programa Família Acolhedora, uma iniciativa da Secretaria Municipal de Assistência Social, que tem como objetivo principal a reintegração familiar da criança e adolescente à sua família de origem.
Claudina está envolvida com o projeto há três anos e foi a responsável por tornar a tão sonhada festa possível. Através de parcerias, ela já realizou festas para outras quatro meninas, mas pela primeira vez pode propiciar este momento a uma jovem fora do abrigo.
A organizadora de eventos, conta que sua entrada no projeto surgiu como uma forma de retribuir a acolhida que recebeu quando foi adotada.
"Acho que além da acolhida, é importante realizar sonhos, sou filha adotiva e aprendi que o pouco que temos deve ser doado. Fiz um propósito com Deus, que quando eu tivesse condições iria a ajudar a realizar sonhos", relata.
A madrinha se emociona ao falar sobre a realização do sonho da acolhida.
"Havia prometido a ela quando ela foi apadrinhada que daria essa festa, e em menos de 15 dias conseguimos através de parcerias tornar esse sonho, que para ela era impossivel, uma realidade ", relata.
A família acolhedora da jovem é composta pela Mãe acolhedora Roseane Ribeiro da Silva e Pai acolhedor Elies Vitorino da Silva, que têm três filhos, e conheceram o programa depois da adoção de sua filha mais velha Kelly, de 18 anos. O casal fez o curso do programa em 2016 e já realizou a acolhida antes, o que facilitou o processo de adaptação desta vez.
"É uma mudança, tanto para quem acolhe, tanto pra quem está sendo acolhido, mas para nós foi bom poder ajudar uma adolescente. É uma família provisória, mas quando acabar vamos continuar ali, o afeto vai ser o mesmo, só a relação afetiva que vai mudar", diz Elies.
A coordenadora do Programa Família Acolhedora e do projeto de apadrinhamento, Cristiana Furtado, esclarece que a permanência máxima de acolhimento é de dois anos. Neste período são realizadas tentativas de reintegração familiar, que não sendo efetivas, resultam na destituição do poder familiar.
A adolescente acolhida que teve seu sonho realizado, conta que pensou muitas vezes que não iria poder mais realizá-lo, e se sentiu muito feliz com a surpresa.
"Estou assustada porque é algo que eu nunca tive, ás vezes tenho a sensação de que estou sonhando, estou muito feliz", relata.
A jovem comemora e faz planos para seu futuro pós-acolhimento.
"Quando completar 18 anos quero seguir a carreira militar, é um sonho que sempre tive", conta.
Cristiana considera que mais famílias se disponham a acolher pela importância de fortalecimento do desenvolvimento de outras crianças e adolescentes acolhidos como a jovem debutante.
"É um acolhimento que faz diferença na vida da criança e do adolescente, até mesmo para conhecer uma estrutura familiar muitas vezes inexistente, sendo uma troca de experiências positiva tanto pra família que acolhe, tanto para quem é acolhido", destaca.
Agradecimentos especiais aos parceiros:
Confeitaria Super Quente, Carvalho Bambu, Lavínia Doces, Butique Noivas Paula Munro, Jana Belas Artes, Bruno Mundo Decoração, Karol Bombons, Deborah Ulich Fotografia, RufinoBolis, Leinha Ferrarine e Tia Penha.
Texto: Lydia Lourenço
Jornalista Responsável: Alcione Coutinho