Palestra esclarece sobre importância da doação e transplante de órgãos
Por Marketing, postado em 31/10/2013
![A palestrante explicou os procedimentos para ser um doador, entre outras dúvidas mais frequentes sobre o assunto.FOTO:Semco/Lucas Calazans](http://www.cariacica.es.gov.br/wp-content/uploads/2014/07/doacaoorg1.jpg)
A palestrante explicou os procedimentos para ser um doador, entre outras dúvidas mais frequentes sobre o assunto.FOTO:Semco/Lucas Calazans
Na manhã desta quinta-feira (31), funcionários da Prefeitura Municipal e público em geral tiveram esclarecimentos sobre o processo de doação e transplante de orgãos e tecidos. A palestra proporcionou aos participantes identificar os mitos e informações corretas sobre o assunto, compreender a importância de ser um doador e o procedimento padrão realizado pela equipe médica.
A palestrante foi a coordenadora de enfermagem, Loren Fully, da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do Hospital Meridional (CIHDOTT). Ela afirmou que a sociedade precisa adquirir mais conhecimento acerca do tema. “O grande problema é a falta de informação pois as pessoas desconhecem o processo e, por isso, temem autorizar a doação dos órgãos”, explica.
“No Brasil, temos o maior sistema único e gratuito de transplantes do mundo. Ele não é o maior em total de transplantes realizados, mas é o mais seguro. Não há venda de órgãos no país. O que pode ocorrer é tráfico de pessoas que vão para o estrangeiro vender seus órgãos”, esclareceu. A servidora Denise Fachetti Bongiovanni, 48 anos, esteve presente no evento por considerar o assunto importante. Inclusive, é doadora. “A palestra é interessante porque proporciona mais conhecimento do assunto. Eu me declarei doadora de órgãos e tecidos há 10 anos e é preciso esclarecer alguns detalhes para não confundir a decisão das pessoas”, indicou, apontando a questão da morte encefálica.
Loren abordou a dúvida de Denise de uma maneira simples, sem deixar de informar os procedimentos para ser um doador, quando os órgãos podem ser doados e o que acontece quando é declarada a morte encefálica.
Veja, abaixo, os questionamentos mais frequentes em torno do assunto:
Como ser um doador?
Basta conversar com a sua família e deixar bem claro o seu desejo de ser um doador. Não é necessário deixar nada por escrito. Não tem valor legal registrar em documento de identidade ou na carteira de habilitação de motorista. A doação de órgão só acontece após a autorização familiar.
Quando posso doar meus órgãos?
Quando é declarada a morte encefálica. Mas, alguns órgãos podem ser doados em vida. É o caso dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão, desde que não prejudique a sua própria saúde. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não-parentes, só com autorização judicial.
O que é morte encefálica?
É a morte do cérebro, incluindo o tronco cerebral que desempenha funções vitais como o controle da respiração. Quando isso ocorre, a parada cardíaca é inevitável. Ainda que haja batimentos cardíacos, o paciente com morte cerebral não consegue respirar sem os aparelhos e o coração não baterá por mais de algumas poucas horas. Por isso, a morte encefálica já caracteriza a morte do indivíduo.
Como é comprovada a morte encefálica?
O paciente é colocado em uma máquina que respira por ele, chamada ventilador, para que o cérebro possa logo enviar sinais dizendo ao corpo para respirar. Medicamentos especiais para ajudar na manutenção da pressão sanguínea e outras funções do corpo podem ser ministrados nesse momento.. Durante o teste da morte encefálica, o ventilador e os medicamentos continuam a agir, mas eles não interferem na determinação da morte encefálica.
O que acontece quando a morte encefálica é declarada?
Quando dado o diagnóstico de morte encefálica, seu ente querido é declarado legalmente morto. Inclusive, esta é a hora que deve constar no atestado de óbito. A hora da morte não é a hora da retirada do ventilador.
O que acontece em seguida à declaração de morte encefálica?
Um profissional da saúde falará com você sobre certas decisões que você precisa tomar nesse momento. Dentre essas decisões. uma seria a de remover o ventilador e a outra seria a doação dos órgãos ou tecidos. Lembre-se que seu ente querido já está legalmente morto e não será a remoção do ventilador que irá causar a sua morte.
Como um doador de órgãos é identificado?
A Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) é responsável por fazer a comunicação entre o hospital do doador com a do receptor. As atribuições das CNCDO’s são: a inscrição e classificação de potenciais receptores; o recebimento de notificações de morte encefálica, o encaminhamento e providências quanto ao transporte dos órgãos e tecidos, notificação à Central Nacional dos órgãos não aproveitados no estado para o redirecionamento dos mesmos para outros Estados, dentre outras. O receptor é identificado conforme os critérios de classificação, exclusão e urgência de cada tipo de órgão que determinam a posição na lista de espera. O processo é realizado com o auxílio de um sistema informatizado para o ranking dos receptores mais compatíveis com os órgãos doados.
Nos hospitais, onde os potenciais doadores estão internados, a Comissão Intra-hospitalar de Transplante tem a função de organizar, no âmbito do hospital, o processo de captação de órgãos, identificar os potenciais doadores, estimular seu adequado suporte para fins de doação e articular com a CNCDO o fluxo de informações.
Informações Adicionais:
Texto: Analine Izoton
Jornalista responsável: Marcelo Pereira