Borboletário na escola: projeto dá asas ao aprendizado e ensina ciclo da vida para alunos de Cariacica

As aulas dos alunos do 2º ano do ensino fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental Valdice Alves Baier, no bairro Areinha, em Cariacica, ganharam asas — literalmente! Tudo começou em julho deste ano com o projeto de horta escolar, onde as crianças plantaram e já até colheram alface, salsa e cebolinha, cuidando do solo, das plantas e levando mais verde para a área externa da escola. 


Mas, no meio de algumas folhas, surgiram também algumas “visitantes” inesperadas: as lagartas. Embora, a princípio, esses pequenos habitantes tenham gerado preocupação, a professora Katiuscia Falher viu ali uma boa oportunidade e decidiu colocar em prática o projeto de borboletário.


A ideia, inspirada na experiência de sua irmã, também professora, surgiu como uma forma de transformar o que parecia um problema em uma aula de vida bem mais dinâmica e divertida para as crianças. 



"Esse projeto nasceu no coração da minha irmã, que também é professora e desenvolve todo ano com os alunos dela de lá. Quando eu cheguei aqui e vi que temos horta, pensei em cuidar dela retirando as lagartinhas, porque elas acabam destruindo a nossa horta. Mas, ao invés de exterminá-las, criamos o borboletário para mostrar o ciclo da vida aos alunos", explica a professora


Desde setembro, os alunos acompanham passo a passo da transformação das lagartas em borboletas. Além de cuidar da horta, agora elas observam cada etapa da metamorfose, compreendendo o ciclo de vida das pequenas criaturas.


Inspiradas pela leitura de livros sobre polinizadores e outros insetos, as crianças também tiveram contato com grilos e lavadeiras, ampliando o aprendizado e a conexão com o mundo natural.


"Com esse projeto, eu aprendi que as lagartas são quase irmãs das borboletas. Elas são muito especiais para mim, gosto muito delas e estou aprendendo muito sobre como elas vivem", diz Rhanielly Helmer, de 8 anos. 



A Lara Meliza, também de 8 anos, é outra aluna que está super animada com a novidade em sala de aula. "Eu estou gostando de mexer com a horta, com as borboletas. Gosto de mexer com as lagartas também, sei que elas são legais. Está muito divertido", disse



Para Flaviane Salles, diretora da EMEF, o projeto vem agregar a missão da escola, que é fazer com que os estudantes, de fato, tenham uma aprendizagem significativa em leitura, em escrita e em leitura de mundo. 



“O projeto está inscrito no Seminário de Boas Práticas e a ideia é disseminar isso para que ele venha a ter continuidade no município. A ideia é que os alunos entendam também que o processo de escrita e leitura não é do dia para a noite, é como uma transformação de lagarta para borboleta, que precisa aguardar para ser concluído", disse a diretora.