Projeto usa música como ferramenta de transformação para homens que buscam recomeço
Por Thaiz Blunck, postado em 18/02/2025
Fotos Claudio Postay
Em alusão ao Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, celebrado na próxima quinta-feira (20), a Secretaria Municipal da Mulher e Direitos Humanos (Semdh), através da Gerência de Proteção Contra as Drogas, lançou o projeto "Cantando a Vida". O objetivo é usar a música como ferramenta de superação e transformação para quem busca um recomeço.
O lançamento aconteceu nesta terça-feira (18), no Instituto Neemias, em Nova Campo Grande, que abriga 11 internos. A iniciativa propõe que eles criem, em conjunto, uma música original, participando de aulas teóricas sobre estilos musicais variados, atividades práticas de escuta ativa, análise crítica de letras e também reflexão sobre experiências pessoais.
"A música tem o poder de transformar vidas e o projeto foi pensado justamente para oferecer uma ferramenta de superação e reconexão para aqueles que estão buscando um recomeço. Queremos despertar não apenas talentos musicais, mas, sobretudo, a autoestima, a esperança e a capacidade de ressignificar histórias", destaca a secretária da Mulher e Direitos Humanos, Danyelle Lirio
A gerente de Prevenção Contra as Drogas, Idalina Costa, também esteve presente para apresentar o projeto, destacando a importância da ação para levar autoestima e esperança aos homens atendidos pelo Instituto Neemias.
"Nós escolhemos o Instituto Neemias, porque ele também faz parte do Conselho Municipal. Ele é totalmente organizado, padronizado, e aqui tem homens que estão sendo atendidos. O projeto é para trazer esse tempo para eles, para melhorar a memória, a valorização da leitura e escrita, porque eles vão compor uma música, a "Cantando a Vida em Cariacica". Vamos levar autoestima e esperança para eles", afirma Idalina.
O professor de música André Batista, voluntário do projeto, afirma que a música não é simplesmente barulho, som, melodia. Ela vai muito além, e tem o poder de influenciar outras coisas também, até mesmo despertando sentimentos.
"Eu já passei algumas palestras sobre a música para dependentes químicos, por exemplo, e isso fez com que eles tirassem de dentro deles algo que estava escondido há tempo, que nunca abriram para ninguém. Algumas músicas fizeram com que eles lembrassem do passado, coisas que aconteceram com pais, mães e irmãos, por exemplo. Então a nossa ideia é trazer, por meio da música, algo que já esteja dentro deles", afirma.
Presidente do Instituto Neemias há 20 anos, o pastor Geraldo Luiz Casagrande explica que o tratamento por lá dura de quatro a seis meses e é baseado em um tripé: convivência, larboterapia e espiritualidade. O propósito principal é transformação de caráter.
"O Instituto Neemias existe desde 2004. Somos uma comunidade terapêutica e acolhemos homens entre 18 e 59 anos com internação voluntária. Nesses mais de 20 anos, já acolhemos, até o presente momento, mais de 918 homens. Nós já tivemos aqui outras parcerias no passado, mas de música assim é a primeira vez", explica o pastor.
Sobre o projeto
A atividade será realizada semanalmente, durante três meses, no Instituto Neemias. Após a conclusão, ele será levado para outras entidades parceiras, como Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e Unidades de Saúde.
Além disso, contará também com ações complementares, como palestras e rodas de conversa promovidas em parceria com outras secretarias, como a de Saúde, por exemplo.