Recreio criativo: longe de telas, alunos aproveitam intervalo para brincar muito

Pular corda, jogar bola, brincar de adoleta e mergulhar em histórias através dos livros. Para quem acha que um recreio sem celular pode ser sem graça, os alunos da rede municipal de Cariacica provam o contrário. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Pedro Venturim, no bairro Rosa da Penha, a regra é clara: nada de telas!


Ao invés de ficarem presos ao celular, os estudantes aproveitam o intervalo para interagir, dividir o lanche, correr pelo pátio e resgatar aquelas brincadeiras que marcaram gerações. A proposta da escola é estimular habilidades sociais e motoras, incentivar a comunicação entre os alunos e criar memórias afetivas longe das telas.



E essa prática, aliás, tem benefícios que vão muito além da diversão. A psicóloga Marina Scabello Pires Alves alerta que o uso excessivo de telas na infância pode trazer diversos prejuízos emocionais e cognitivos.

"O uso excessivo de telas provoca essa sensação de vício, de querer aquilo a todo instante. Hoje já falamos, inclusive, em sintomas de abstinência pelo uso excessivo do celular, que é justamente a irritabilidade, choro fácil e baixa tolerância à frustração. Na área do desenvolvimento infantil, as telas também atrapalham a criança a desenvolver a comunicação, além de habilidades de resolução de conflitos", explica a psicóloga.



Para a especialista, momentos como o recreio sem celular são fundamentais para que as crianças desenvolvam a criatividade e aprendam a lidar com desafios do dia a dia de forma mais natural.

“Nas brincadeiras, elas precisam respeitar regras, ceder em alguns momentos, aprender a negociar e conviver com os colegas. Isso fortalece habilidades socioemocionais e, o mais importante: permite que criem memórias afetivas desse período escolar. A ausência do celular abre um espaço valioso para novas experiências e para o fortalecimento dos laços entre as crianças”, destaca Marina.