Motivação dos grupos: ponto alto da 1ª Mostra de Produtos da Economia Solidária

Os produtos da economia solidária de Cariacica foram bem aceitos pelos visitantes.FOTO: Semco/Lucas Calazans

Os produtos da economia solidária de Cariacica foram bem aceitos pelos visitantes.FOTO: Semco/Lucas Calazans


Artesanato, trabalhos manuais, alimentação e produtos de limpeza. Todos estes segmentos de produtos foram expostos na 1ª Mostra de Produtos da Economia Solidária de Cariacica. O evento, que serviu para averiguar a receptividade do público em geral, reuniu os grupos Mulheres do Sol, Costumes Artes, Cidadãs em Luta (Cel), Grupo 7M, Fazendo Arte e Armazém Esperança. Todos empreendimentos que constroem renda com cunho social nas comunidades.


Realizado no saguão do Palácio Municipal, o evento cumpriu o objetivo de promover troca de experiências, motivar os empreendedores, aproximar os trabalhos de possíveis clientes e averiguar os pontos que podem ser melhorados para eventos futuros. Principalmente para a construção do Centro de Produtos da Economia Solidária, projeto que resultará em um espaço específico para desenvolvimento do artesanato da cidade.


 

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A agente de Saúde Ambiental para combate à dengue Fabiana Sousa de Almeida se encantou com a feira. Ela, que trabalha na prefeitura de Cariacica e é natural da Bahia, já planeja o que levar de lembrança para parentes e amigos nas férias deste ano, em dezembro. “ Me encantei com os bloquinhos caracterizados, principalmente porque pensei em dar de presente algo característico daqui. Fica muito bonito o tratamento que elas dão ao material”, disse a agente sobre o bloco de anotações decorado com fibra de bananeira da Costumes Artes.


 

 

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Outras que passaram a conhecer melhor os produtos de Cariacica foram a coordenadora Rayane de Souza Lascosque e a auxiliar Keila Sazana Nogueira, ambas do setor de suprimentos da prefeitura. Elas percorreram a Mostra e experimentaram os produtos do Grupo 7M, em especial a banana-chips. “Nunca tínhamos provado algo deste tipo e aproveitamos para garantir o lanche da tarde”, disse Keila.


Para o gerente de Economia Solidária, Rafael Aquiles Coffler, as vendas foram um dos pontos motivadores do evento. Porém, já pensa nos desafios que surgiram.


“Conseguimos motivar as mulheres que trabalham com esses empreendimentos. Algumas que estavam indo mais devagar e que não apareciam em eventos se mobilizaram para vir. A exposição teve sucesso mas nos trouxe como desafios a organização da exposição, atrair mais empreendimentos, estabelecer um método mais eficiente de pesquisa e promover a economia solidária com os visitantes”, analisou.


Como resultado, além das vendas, ficou a vontade de promover outros mostras e ampliar o espaço de comercialização dos grupos. A análise de um consultor também deve ser agendada para o próximo encontro. “Acho importante esta análise técnica. O manejo da produção os grupos já detêm, mas talvez alguma dica pode prepará-los para encarar o comércio com mais eficiência”, afirmou Coffler.


Mulheres do Sol e Costumes Artes


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Artesanato com a fibra de bananeira, roupas, tecidos, trapos e colchas de retalhos são alguns dos produtos que saem das mãos das mulheres que foram o grupo de trabalho Mulheres do Sol e do Costumes Artes. Ambos funcionam na Casa Sol, do bairro Vista Dourada, e são projetos de economia solidária que atende moradores de toda a Região 10.


As empreendedoras aceitam encomendas e vendem no próprio local de produção, que fica na rua Santa Mônica, número 13.


 

Fazendo Arte


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Oito mulheres produzem trabalhos de arte em tecido que se transformam em panos de prato, puxa-sacos, bolsas e capas de almofada. Elas trabalham juntas há cinco anos, no bairro Porto Novo, produzindo com o material comprado e vendendo porta a porta na comunidade. Ao lado, Tereza Faria Souza e Beatriz Guimarães que trouxeram seus trabalhos para a Mostra.


O grupo trabalha na Comunidade Bom Pastor do bairro Porto Novo, próximo ao Bar do Neguinho.


 

 

Grupo Cel


As Cidadãs em Luta (Cel) trouxeram materiais de limpeza para a Mostra. Sabão líquido, em barra e pasta feitos com óleo de cozinha usado são os mais requisitados, mas não estão sozinhos na lista de produtos. Cloro, desinfetante e amaciante caseiros abastecem a dispensa dos moradores do bairro Jardim Botânico.


Segundo Maria Joana da Silva, a dona Joana, uma das cidadãs lutadoras, elas enfrentam muitas lutas do dia a dia das mulheres para conseguir trabalhar na fábrica. “Somos mães, esposas e avós e nem sempre podemos dispor nosso tempo todo para a fabricação de nossos produtos. Mas, como nosso próprio nome diz, não podemos desanimar. Continuaremos lutando todos os dias”, afirmou.


Armazém Esperança


fealegria


Conta simples de se fazer. O Armazém Esperança é resultado da soma de uma Ação Ambiental mais Solidariedade gerando sustentabilidade. O projeto é do Movimento Fé e Alegria e conta com parceiros de vários setores. Hoje já são 200 famílias de Nova Rosa da Penha e bairros vizinhos que aprendem a separar os resíduos recicláveis do lixo com o incentivo de terem acesso a produtos de necessidade primária.


Quem se cadastra leva o lixo e o transforma em vale-compras, que é trocado dentro do armazém por alimento, roupas, livros, material escolar, suprimentos em geral e brinquedos. Mas ele funciona graças a doação de empresas, padarias e da própria sociedade que ajuda a abastecer as prateleiras.


O Armazém fica na rua da Vitória, s/n, bairro Nova Esperança. Quem quiser pode ajudar com doações ou levar material reciclável como papel, alumínio e plástico para trocar por vale social.


Informações Adicionais:
Texto: Marlon Marques
Jornalista responsável: Marcelo Pereira