Evento tira dúvidas de mulheres sobre amamentação

Selma Maria Falcão amamenta a filha Ester, de um ano e quatro meses.FOTO:Semco/ Claudio Postay e Verônica Aguiar

Selma Maria Falcão amamenta a filha Ester, de um ano e quatro meses.FOTO:Semco/ Claudio Postay e Verônica Aguiar


O nascimento de uma criança modifica a vida de uma família. Os pais, diante da responsabilidade de cuidar de alguém, tão frágil e dependente, precisam estar munidos de informações. E foi pensando nas mulheres, de uma forma geral, que já passaram ou que vão passar pela experiência da maternidade, que profissionais da unidade de saúde de Campo Verde promoveram uma palestra sobre amamentação, na última sexta-feira (9).


O encontro foi ministrado pelas enfermeiras Giovana Ramalho e Júlia Muniz Rocha, e pela agente comunitária Nazaré Santiago Vitória. Giovana explica que o público-alvo são todas as mulheres, pois elas trocam informações entre si. “É importante, por exemplo, a participação das mais idosas, para que elas compreendam a importância da amamentação e não desestimulem as mães a amamentarem”, esclarece.


O enfoque do encontro foi a necessidade de o bebê ser amamentado, exclusivamente no peito, até os seis meses. Período em que não é necessário nem mesmo a ingestão de água. Depois dessa idade, o neném já pode dividir sua atenção com outros alimentos. Mas é importante que ele também continue recebendo o leite materno até completar dois anos de idade.


A técnica de enfermagem, Selma Maria da Silva Santos Falcão, 36, dá o exemplo. Ela conta que sua filha, Ester Falcão, está com um ano e quatro meses e continua mamando no peito. “Eu amamento minha filha porque sei que é importante para saúde dela. Ela é uma menina saudável e tenho certeza que o leite materno contribui muito para isso”, constata.


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Assim como ela, a agente comunitária e mãe Silvia Fernandes de Oliveira segue essa indicação e vê resultados. Sua filha, Sofia Fernandes, tem três anos, e foi amamentada até os dois. “Ela mamou exclusivamente no peito até os seis meses. Depois, até os dois anos, fui acrescentando outros alimentos, mas ela continuou mamando. Ela é uma menina saudável, nunca ficou internada, não tem nenhum tipo de alergia e até gripe, quando pega, não é forte”, argumenta.


 

 

 

Aprendizado


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Moradora de Santo Antônio, Alexandra Oliveira, de 33 anos, participou da palestra. Com a sua filha de quatro meses nos braços, ela conta que mesmo já tendo sido mãe quatro vezes, no encontro, acabou aprendendo muito. “Aprendi sobre a Infecção das mamas, causada pelo excesso de leite acumulado, a chamada mastite, que inicia com vermelhidão e dor. Nas situações mais graves as mulheres precisam ser submetidas à cirurgia. E também sobre os sucos naturais que as mães devem tomar para estimular a produção de leite, como o de couve com laranja”, conta.


A gestante de oito meses, Viviane da Victória, e sua mãe, Virgínia Helena da Vitória, foram ao encontro. “Aprendi muita coisa hoje, principalmente sobre os diferentes formatos da mama. A forma de amamentar corretamente e a idade que a criança precisa receber o leite materno”, explica.


Amamentação correta


Para amamentar, é preciso observar se o bebê está fazendo a pega correta do peito, para se nutrir do leite materno, conforme explicou a enfermeira Giovana Ramalho. “A forma de amamentar correta é quando o bebê abre bem a boca e abocanha até a aréola da mama. Ele faz “boquinha de peixe”, e fica com o lábio inferior voltado para fora. Assim, a criança mama sem fazer barulho e a mãe não sente dor”, informa.


A amamentação traz benefícios para a mãe e para o bebê, pois é o alimento mais completo que existe. E não há necessidade de preocupação quando a criança quer mamar muitas vezes ao dia. Isso não significa que “o leite da mãe é fraco”. Na verdade, isso acontece porque a digestão do leite é rápida, o que diminuí a chance de a criança ter enjoos e cólicas. E a criança precisa mamar de três em três horas.


Quando o bebê abocanha somente o bico do peito, ele não se alimenta direito, fica com fome e não ganha peso. Além disso, aumenta a possibilidade de a mãe ter fissura ou mastite. O que leva muitas mães a optarem por inserir o leite artificial para criança, precocemente. Essa iniciativa aumenta o risco de o neném ter infecções e outras doenças.


Benefícios


Além dos benefícios já citados, a amamentação previne infecções, obesidade, colesterol alto e diabetes. Também previne a hemorragia materna no pós-parto e reduz o risco do câncer de ovário. É importante que ela seja realizada em um local calmo, livre de barulho e da luz.



Informações à Imprensa:
Texto: Verônica Aguiar
Jornalista responsável: Brunella França