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Cultura e Igualdade Racial apoiam homenagem à Iemanjá em Porto de Santana

Devoção e amor à Rainha do Mar e um pedido de respeito a todas as crenças. Assim foram os festejos à Iemanjá, celebrados na última sexta-feira (2), na orla de Porto de Santana pelo Fórum das Matrizes Africanas de Cariacica. A chuva, que ameaçava cair, deu uma trégua assim que o ritual começou. O evento contou com apoio da Secretaria Municipal de Cultura (Semcult) e da Gerência de Igualdade Racial, ligada ao gabinete da Vice-Prefeitura.  Próximo ao antigo Campo da Divisão, fieis da Umbanda e do Candomblé, além de devotos, homenagearam a mãe dos orixás numa celebração que contou com muitos cantos tradicionais com acompanhamento de atabaques. Ao final, a entrega do balaio de oferendas, como forma de agradecimento e pedidos de proteção. No balaio, lírios, inhame, bolinhos de arroz e peixe assado, numa decoração onde prevaleceram as cores branco e azul.  Impressões O conferente Wagner Luis da Victoria, 51 anos, mora em Santo Antônio, em Vitória, e trouxe a esposa Aline Oliveira, que é fiel do Candomblé, e filha de santo, para participar. Era a primeira vez dos dois em Cariacica. "Apesar de não ser da religião, eu acho o ritual muito bonito. Todos os fieis se comportam como numa grande família onde reina o amor e o respeito entre eles. Eu não sabia que em Cariacica havia esse festejo. É uma novidade para mim", sintetizou. A esposa concorda. "O local escolhido está muito belo, com uma vibração positiva própria das coisas da natureza e com essa paisagem linda da orla. Bem ao gosto de Iemanjá. As comemorações a ela são importantes porque ela é a mãe de todos os orixás", explicou. É o quarto ano consecutivo que Cariacica sedia tal homenagem. "Não temos aquela grandiosidade como os festejos Vitória e Serra, mas o amor à Iemanjá e o sentido de devoção são os mesmos, pois tudo é feito com coração. Com o tempo, aqui também haverá de crescer", espera o gerente de Promoção de Igualdade Racial, Sandro Cabral Silva. Ele lembrou que a gerência tem feito um trabalho de reconhecimento dos lugares e grupos das religiões afro atuantes em Cariacica. "Temos um diálogo constante com um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo e iremos concluir um mapeamento inédito de casas de terreiros de Candomblé e Umbanda no município. Reconhecer esses locais de culto já é o primeiro passo para que haja mais respeito e postura de cidadania a quem os frequenta", finalizou.