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Congo une fé e tradição cultural sob olhares do vice-cônsul de Angola

Pelo terceiro ano consecutivo o Carnaval de Congo de Máscara, de Cariacica, foi marcado pelo sincretismo, unindo fé, religiosidade e a tradição cultural do congo. O ingrediente a mais desta edição ficou por conta da visita ilustre do vice-cônsul de Angola no Brasil, Garcia Bessa, que veio até a cidade exclusivamente para ver a manifestação cultural, que chegou ao fim da missa. Devotos da padroeira do Espírito Santo Nossa Senhora da Penha os congueiros aqueceram suas vozes, atiçaram tambores e casacas e dançaram com seus estandartes em homenagem à santa. Uma procissão saiu da casa do mestre Valdeci Ferreira Vieira, da Banda de Congo Taquaruçu, e seguiu até o altar da missa. Na palavra trazida pelo pároco foram evocadas as características que uniam o cristão narrado na bíblia e o congueiro de Cariacica. "São três as características comuns. A memória, presente na trajetória de ambos, a força de associação para conquistar e desenvolver, e, por último, a celebração. Por isso, este aqui é um ato de louvor a Deus", completou. E não faltou celebração. As bandas de Cariacica, Vila Velha, Serra e Aracruz levaram muita cor, alegria e música à região de Roda D'Água. Além das anfitriãs Santa Izabel e Taquaruçu, Mestre Tagibe, Boa Vista, Apae, Tupiniquim e outras marcaram presença. O Mestre da Banda de Taquaruçu, Valdeci Ferreira Vieira, comemorou poder tocar durante a missa. "Fazemos o congo durante todo o ano, mas nesta data é muito importante podermos homenagear nossa santa, principalmente acompanhando os cantos durante a missa com nossos instrumentos", disse ao fim da missa. Após a missa, a procissão seguiu até o campo do América F.C., onde foram realizados os shows na parte da tarde, entre os quais esteve o grupo Cia Cumby, com seu congo reestilizado. A festa seguiu até às 18h. Cariacica e Angola Único, o Congo de Máscara encantou o representante do país africano e sua comitiva. Os traços marcantes da descendência africana na população local deixaram a comitiva em casa. O prefeito Geraldo Luzia Junior acompanhou a comitiva contando um pouco da história da festa. Após a execução do hino nacional de Angola, uma homenagem aos representantes oficiais, Bessa subiu ao palco para discursar sobre a convivência entre os países. "Que Angola e Brasil sejam separados apenas por esta faixa de água chamada Oceano Atlântico e continuem sendo nações irmãs. Estou pessoalmente muito honrado pela recepção de Cariacica ao eu povo e por presenciar esta festa, que ajuda a manter a tradição dos nossos ancestrais", afirmou se referindo aos tambores utilizados no congo. "Muito válido este intercâmbio entre Cariacica e Angola. Temos no sangue a descendência africana e devemos nos lembrar e orgulhar disso. Foi uma honra para nós recepcioná-los e mostrar uma festa linda", finalizou o prefeito Juninho.