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Alunos de Roda D’Água aprendem sobre cultivo de hortaliças em disciplina de Práticas Agrícolas
Português, matemática, ciências, história e geografia. Essas disciplinas fazem parte da vida de qualquer estudante, mas além destas tradicionais, uma disciplina em especial está transformando o olhar das crianças da Escola do Campo e Estação de Ciências Margarete Cruz Pereira, em Roda D’Água, área rural de Cariacica: a disciplina de Práticas Agrícolas. A ideia surgiu como proposta para mostrar para os pequenos que é possível alinhar a teoria dada em sala de aula com a prática no espaço da escola e em casa. A maioria das crianças moram na região, onde a agricultura familiar tem uma forte influência na geração de renda, e na disciplina eles aprendem os cuidados necessários desde a preparação da terra, até a forma correta de colher os alimentos cultivados. A diretora da unidade de ensino, Josineide Rosa, explica que esse apoio é importante para fortalecer a cultura dos moradores do campo. “Muitas vezes os moradores abandonam a pequena propriedade para buscar trabalho na cidade, e aqui nós trabalhamos com atividades para mostrar o inverso. Mostramos que é possível trabalhar com geração de renda sustentável dentro das possibilidades e características da região, como com a plantação de banana, hortaliças e a criação de peixes. A criança está na fase de descoberta e, cada atividade nova motiva o aluno e a família. Eles levam uns ensinamentos para casa, trazem outros e assim vamos difundindo boas práticas e fortalecendo o trabalho na terra, que é digno e importante para a cidade”, completa a diretora. A horta tem o modelo mandala, que é em formato circular. Esse tipo de horta economiza água, pode ser usado para trabalhar com diversos tipos de hortaliças e aproveita melhor os espaços da escola. Alface, couve, brócolis, beterraba, cenoura e repolho são alguns alimentos colhidos pelos alunos e usados muitas vezes na merenda. Essa mistura de espécies de hortaliças tem um papel fundamental, pois quanto maior a diversidade, maior o equilíbrio ambiental e menor o índice de pragas. Os ensinamentos dados em aula são utilizados nos cuidados e no cultivo da família da estudante Yaslin da Costa Santana, de 12 anos. Ela é quem cuida da hortinha da casa dos avós, e conta como coloca em prática tudo que é trabalhado em sala. “Sempre que estou na casa dos meus avós eu faço a limpeza da horta retirando os matinhos com a mão e amacio a terra. Essa limpeza manual é importante, porque se jogar algum tipo de veneno pode contaminar o solo e o alimento”, enfatizou. As aulas acontecem sempre às sextas-feiras e, cada turma fica encarregada de cuidar de uma área. Além de hortaliças, também há um espaço com plantas medicinais e plantio de citrus - laranja, mexerica e limão -, galinheiro e um lago com criações de peixes. O mais novo projeto dessa turminha é o minhocário, que está sendo construído pelos professores e alunos com a finalidade de produzir o próprio adubo. “Vimos a necessidade de conseguir adubo para a horta, e pensamos em gerar o adubo orgânico com o minhocário. Além da produção, também é possível mostrar para os alunos todo o processo que é fundamental para a saúde dos legumes e verduras que plantamos aqui”, contou o professor Hudson Douglas da Silva, que além de estar à frente da disciplina de práticas agrícolas, também ministra aulas de história. Aliás, foi com a junção dessas duas matérias que o professor deu um ponta pé para a aula da revolução agrícola. “A própria trajetória histórica começa com a revolução agrícola. Nas aulas eu cito o trabalho com nossa horta e explico como a agricultura foi fundamental para a construção da sociedade atual, pois nesse período o homem se fixou na terra. Por isso é importante valorizar essas pequenas produções, pois elas foram fundamentais no início da civilização humana”, destacou.