Matrizes africanas de Cariacica serão mapeadas em censo
As comunidades tradicionais de matrizes africanas serão mapeadas a partir de um censo que terá início na terça-feira, 5 de abril. O trabalho consistirá na visita aos terreiros – que são traduzidos como comunidades tradicionais. As religiões de matrizes africanas são parte da diversidade religiosa do Brasil. Entre algumas dessas manifestações, que têm como referência a cultura trazida pelos africanos durante mais de 300 anos de escravidão, estão catimbó, cabula e principalmente umbanda e candomblé, que se propagaram com mais intensidade. Desde sua chegada ao país, os praticantes de religiões de matrizes africanas foram alvo de perseguições por manifestarem a sua fé. Mas ainda hoje, em 2016, os episódios de intolerância religiosa fazem parte do cotidiano. Por isso, muitas vezes essas comunidades não sabem dos seus direitos e deixam de ter acesso a coisas básicas relacionadas à saúde, educação e cultura. O grupo de recenseadores será formado por técnicos da gerência de Igualdade Racial, do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Conselho de Negras (os) de Cariacica (Conegro) e representantes das matrizes. “É preciso esclarecer que vamos mapear os terreiros. Não vamos mapear as pessoas, e sim, as comunidades e seu representante”, destacou Adriana Silva, gerente de Igualdade Racial da Secretaria de Desenvolvimento Social de Cariacica. A realização de mapeamentos socioeconômicos e culturais dos povos tradicionais de matrizes africanas têm por objetivo ampliar o acesso dessas comunidades às políticas públicas do município. A pesquisa será realizada por meio de um questionário e as informações irão subsidiar a Prefeitura Municipal de Cariacica nas suas próximas ações. A previsão é de que o mapeamento dure cerca de três meses. Plano O Governo federal, desde 2003, trouxe para a agenda política da União as pautas do combate ao racismo, promoção da igualdade racial e desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades tradicionais. Nesse contexto, ações específicas e coordenadas começaram a se efetivar, e culminaram, em janeiro de 2013, no lançamento do I Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana. O plano é um instrumento de coordenação e planejamento das ações do Governo federal e foi elaborado sob a coordenação da SEPPIR em parceria com mais dez órgãos federais. O quadro de iniciativas e metas contém três eixos estratégicos: (I) Garantia de Direitos, (II) Territorialidade e Cultura e (III) Inclusão Social e Desenvolvimento Sustentável. Serviço: Dia 16/03 – 14h - Oficina de qualificação da equipe que irá realizar o mapeamento , no Creas de Campo Grande; Dia 21/03 – Reunião com os representantes das comunidades tradicionais de matrizes africanas no Plenarinho (próximo à Praça de Campo Grande, em frente à Igreja Bom Pastor); Dia 01/04 – 19h – Lançamento do selo de certificação Intolerância Zero e do mapeamento das comunidades tradicionais Câmara de Cariacica (em frente a Itapemirim); Dia 05/04 – Início do mapeamento.