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Conferência de Igualdade Racial divulga propostas de combate ao racismo

Assegurar o comprometimento da sociedade civil e do poder público com políticas e ações que combatam o racismo e promovam a igualdade racial. Este foi um dos objetivos que nortearam as discussões da Conferência Intermunicipal de Promoção da Igualdade Racial. O evento reuniu 277 participantes dos municípios de Cariacica e de Vila Velha, nos dias 9 e 10 de agosto, na Apae do bairro Santa Fé, próximo a Campo Grande. No sábado, mesa de debates e os grupos, formados por todos os presentes, iniciaram a discussão e a construção das propostas para o avanço políticas públicas. Os temas abordados foram: Estratégias para o desenvolvimento e o enfrentamento ao racismo; Políticas de igualdade Racial; Arranjos Institucionais para assegurar a sustentabilidade das políticas de igualdade racial e Participação política e controle social. Na plenária final, foram aprovadas 10 propostas que serão encaminhadas para a III Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial e outras 26 ações definidas pelos grupos para serem realizadas pelo município. Entre elas, a criação de um centro de estudos afro-brasileiros em Cariacica. Também elegeram os delegados para o encontro estadual. A subsecretária de Movimentos Sociais do Governo do Estado, Leonor Araújo, destacou a contribuição da conferência para o município. “Retifica e resgata em Cariacica a discussão de políticas públicas para promoção da igualdade racial, fortalece a própria gestão municipal que tem compromisso com esta causa, apontando os rumos,” explicou. A secretária-adjunta da Secretaria Nacional da Juventude da Presidência da República, Ângela Guimarães, fez a palestra na noite de abertura. Com o tema “Por um Brasil Afirmativo”, ela abordou a história do povo negro no País ao longo do século XX. “Os negros sempre ficaram à margem do desenvolvimento da Nação, apesar de serem a maioria da população. São 56% segundo o último censo do IBGE mas esse contingente ocupa os índices negativos como baixa escolaridade, média de salário menor se comparado com a população branca, alta mortandade por causa da violência urbana”, apontou. Para Ângela, é mais do que necessária e fundamental a prática de políticas afirmativas. “Quando nos reconhecemos, passamos a nos valorizar mais e lutamos mais por nossos direitos. Conferências como esta nos auxiliam a nos situar onde estamos e o quê falta para avançarmos”, destacou. Participação Para a assessora especial da Secretaria de Assistência Social de Vila Velha, Giovana de Siqueira Novais Buaiz, foi uma “oportunidade ímpar” para o seu município participar do evento. “Saímos daqui com proposta de deliberação que promova a promoção da igualdade racial. Também foi possível fortalecer os vínculos entre os municípios, pois devemos pensar em demandas regionais já que possuímos algumas semelhanças,” considerou. O evento também contou com a presença da sociedade civil organizada e movimentos sociais. A jovem Raquel Mattos, 22 anos, integrante do movimento estudantil e moradora de Campo Grande, fez questão de marcar presença. “É um momento importante para as políticas públicas. A participação de todos nós, principalmente para mim que sou jovem e mulher, contribui para um recorte que favoreça o desenvolvimento das políticas públicas e o fortalecimento da democracia”, acredita. Agente da Pastoral do Negro, Edson Francisco Monteiro, 58, morador do bairro Expedito, ficou impressionado com o interesse da juventude. “Vejo com bons olhos este encontro pela participação do grande número de jovens. Isso nos faz acreditar que as conferências passadas surtiram frutos e efeitos”. Ele diz, ainda, que espera que as ações se concretizem no município. “Que o poder público tenha sensibilidade e aplique as propostas retiradas dessa conferência, com maior prioridade a implementação do conselho negro,” apontou. Informações Adicionais: Texto:Analine Izoton e Marlon Marques Jornalista responsável:Marcelo Pereira Anexo(s) Propostas e delegados da Conferência Intermunicipal de Igualdade Racial