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Cidade passa a conhecer suas conquistas e desafios na área cultural

Cariacica passa a conhecer suas potencialidades e desafios na área cultural. O lançamento do "Diagnóstico Cultural", elaborado pelo centro cultural Galpão Cine Horto, de Belo Horizonte (MG), foi na noite da última quarta-feira (03). O evento lotou o Centro Cultural Frei Civitella, em Campo Grande, de artistas e produtores culturais, além de representantes do poder público e da iniciativa privada. A pesquisa, que resultou num documento de 123 páginas, foi fruto de uma parceria entre a Fundação ArcelorMittal com Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Prefeitura Municipal de Cariacica, através da Secretaria Municipal de Cultura (Semcult). Também foi lançado o "Programa de Capacitação de Produtores e Gestores Culturais", que será oferecido gratuitamente à comunidade de Cariacica ao longo de 2017. O objetivo é qualificar o trabalho dos artistas a fim de que possam a gerir melhor suas produções e terem mais qualificação em apresentarem seus projetos ao se pleitear recursos às suas produções tanto junto aos órgãos públicos quanto junto ao empresariado. Estiveram presentes o gestor cultural Romulo Avelar, representando o Galpão Cine Horto; o diretor da ArcelorMittal Cariacica, Fernando Magalhães; a presidenta do Conselho Municipal de Política Cultural de Cariacica, Renata Rosa Weixter; o secretário municipal de Cultura de Cariacica, Erildo Denadai e o prefeito de Cariacica, Geraldo Luzia de Oliveira Júnior, o Juninho. O evento deu início com a primeira apresentação da recém-criada Banda Filarmônica Jovem de Cariacica, sob regência do maestro Frances Serpa. Jovens instrumentistas apresentaram três peças. O ponto alto foi a execução de "Into the Storm", do compositor contemporâneo Robert W. Smith (1958). Responsável pela apresentação do diagnóstico, o gestor cultural Marcelo Alves dos Santos, reforçou o aspecto positivo que a cultura na cidade encontra. "Institucionalmente, Cariacica está bem avançada em relação a outras cidades. Por aqui, já está em pleno funcionamento um conselho municipal de cultura forte e um fundo municipal próprio. Acrescento ainda a existência de uma lei de incentivo, a João Bananeira, que contempla todas as atividades e que foi aprimorada recentemente", elogiou. Ele apontou áreas a aprimorar, identificadas pelos 56 participantes que responderam aos questionários e às entrevistas do documento. "Foi lembrada a inexistência de espaços públicos ao ar livre ou mesmo uma vontade de ocupar praças com atividades culturais. Mas não é um desafio próprio de Cariacica. É um problema recorrente dos nossos dias. Na maior parte dos centros urbanos, as pessoas perderam o hábito de ocuparem a rua, de ter a praça de seu bairro como local de encontro. É algo a se colocar na pauta pois a partir da cultura, esse cenário pode ser facilmente alterado", apontou. Outros pontos elencados pelos entrevistados foram a necessidade de capacitação dos artistas locais. O gestor cultural Romul o Avelar  frisou este detalhe e apontou a solução com a proposta do curso gratuito a ser oferecido pela Fundação ArcelorMittal. "Os artistas, ao se aprimorarem como empreendedores culturais, irão dinamizar a cultura local, estimulando arranjos produtivos e ações coletivas na cidade. Com essa ação formativa, a ser dada no Centro Frei Civitella, de maio a novembro, certamente haverá uma contribuição maior com o desenvolvimento da cidade por meio da cultura", reforçou. Impressões Gestores públicos e representantes da ArcelorMittal também exaltaram o papel da cultura e como deve haver uma nova postura em relação ao que é feito na área. A presidenta do Conselho Municipal de Cultura, Renata Weixter, enumerou os benefícios para o dia-a-dia de uma cidade a partir do momento em que há essa mudança de olhar. "Ainda há um pensamento arcaico que considera recursos em Cultura como um mero gasto. Cultura é investimento rentável pois lida com economia criativa. Numa época de crise econômica em que passamos, o setor de economia criativa foi pouco afetado e a cultura é capaz de minimizar os efeitos negativos desse cenário.  A partir do momento em que empoderamos os nossos artistas, investindo em produção cultural, naturalmente, geramos renda para o município, além de contribuir para a formação de cidadãos plenos, diminuindo o risco social e problemas como de segurança pública", enfatizou. Com o LP nas mãos e citando os versos da música "Pequeno Perfil de um Cidadão Comum", do cantor e compositor Belchior, falecido no último domingo (30), o secretário municipal de Cultura, Erildo Denadai, fez eco às impressões de Renata. "A cultura realmente é capaz de modificar as pessoas e esse processo de transformação de nossa cidade passa por essa via. Temos muitos desafios a enfrentar mas temos também conquistas a celebrar. Este ano comemoramos uma década de existência da Lei João Bananeira, que já é referência entre nossos artistas. Para o edital de 2017, 132 projetos se inscreveram. Outra grande mudança que teremos, e que foi apontada a necessidade no diagnóstico, é o registro do patrimônio material do município. Vamos lançar na segunda quinzena deste mês", anunciou. O diretor da ArcelorMittal Cariacica, Fernando Magalhães, parceira da Prefeitura, reforçou que a união com o município continuará. Citou, além do "Programa de Capacitação de Produtores e Gestores Culturais", a agenda de espetáculos itinerantes que serão apresentados em espaços públicos de Cariacica e o projeto Acordes, que oferece aulas de música para estudantes da rede municipal. "A ArcelorMittal acredita e investe em cultura por acreditar que ela é transformação social e também acredita que as fontes de produção artística estão na própria região. Esperamos que nossa contribuição com esses projetos possa lançar um novo olhar e inspirar os artistas da cidade", acrescentou. Finalizando as apresentações, o prefeito de Cariacica, Geraldo Luzia de Oliveira Júnior, o Juninho, analisou os pontos desafiantes do diagnóstico e lembrou do quanto as conquistas na cultura foram frutos de um processo contínuo, unindo a classe artística e gestores públicos. Citou o protagonismo da Cultura e garantiu que a secretaria não será acoplada à outra pasta, ao contrário do que acontece em outras cidades. A união entre artistas e gestão pública resultou nas reformas do Centro Frei Civitella e na modernização da João Bananeira (que passou a oferecer os recursos diretamente aos artistas ao invés de troca de bônus). "Estaremos amadurecendo este processo, trabalhando este diagnóstico apresentando pela ArcelorMittal de forma coletiva como sempre atuamos. A classe artística entendeu que demos continuidade a esse projeto que valoriza não um plano político mas um plano amplo para a cidade", finalizou.    

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